O melhor da programação da Globo está escondido nas madrugadas

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Passada a euforia das comemorações pelos 60 anos da Globo no ar —coroada com o show espetacular de Lady Gaga, que acabou se tornando mais um presente da emissora para seus telespectadores—, é hora de voltar à programação regular. E, ao analisar a grade da emissora, fica evidente que seus melhores conteúdos estão escondidos nas madrugadas.
Depois dos já consolidados Altas Horas e Que História É Essa, Porchat?, o programa mais interessante atualmente é o Conversa com Bial. E isso não se deve tanto ao apresentador, Pedro Bial, cuja postura arrogante ainda causa certa resistência, mas sim à excelência da produção comandada por Anelise Franco, que reúne alguns dos melhores profissionais da televisão brasileira na atualidade.
A entrevista recente com Ney Matogrosso e Jesuíta Barbosa —que interpreta o cantor no filme "Homem com H"— foi um exemplo da sensibilidade e competência da equipe. Na sequência, o episódio com Margareth Menezes, atual ministra da Cultura, reforçou essa impressão. Os produtores conseguem equilibrar com rara maestria o conteúdo intelectual com o apelo popular, sem jamais soar forçados ou superficiais.
É preciso, também, reconhecer a qualidade do texto final de Bial, especialmente nos dois episódios citados, em que conseguimos conhecer de forma mais profunda os entrevistados. No caso da ministra, transparece a mulher simples, humilde por escolha, mas extremamente preparada, tanto como artista quanto no papel político que hoje exerce.
Resta lamentar que esses três grandes programas da Globo sejam exibidos em horários tão ingratos para a maior parte do público brasileiro —justamente aquele que precisa acordar cedo para trabalhar e não tem o privilégio de estender a noite diante da TV.
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