Aretuza é arte, eu sou Bruno: homem gay, pai, que apenas se veste de mulher
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Bruno Nascimento, mais conhecido pelo público como Aretuza Lovi, afirma com clareza: "Drag não é um gênero. É um movimento artístico. Eu sou Bruno, um homem gay, que se veste de Aretuza".
Um homem gay, pai, artista, que se veste de mulher em nome da arte drag, mas que não se identifica como pessoa trans.
A frase resume como o artista enxerga sua identidade e sua trajetória, marcada pela resistência, pela música e pela transformação através da arte drag. Em conversa com a coluna, o cantor ainda conta como a drag surgiu em um momento de vulnerabilidade pessoal.
Aretuza apareceu num momento muito perdido da minha vida. Foi um presente da espiritualidade.
Nascido em Goiás e com passagens por diversos estados do Norte e Nordeste, Bruno carrega essas referências culturais na musicalidade e na postura de Aretuza, que o levou ao programa Show de Calouros, com Patrícia Abravanel.

Antes de subir aos palcos, ele atuava nos bastidores de bandas de forró e calypso. Foi produtor de figurino, assistente e observador atento do que hoje reproduz com brilho próprio. Com o tempo, se jogou na música, mesmo ouvindo que "não podia".
Eu não nasci cantor, mas eu me fiz cantor. Hoje você pode fazer tudo o que quiser. Os palcos das boates foram minha grande escola. Fico triste de ver tantas fechando.
As influências vão de Joelma à cena pop queer brasileira, da qual hoje faz parte com milhões de visualizações e colaborações com nomes como Gloria Groove, Pabllo Vittar e Calcinha Preta.
Afirma ainda que sua discografia faz homenagem às suas raízes, como no disco "Borogodó 2", e que faz arte com liberdade. Seu maior sucesso, "Joga a Bunda", se tornou um marco. "Até hoje é meu best-seller", diz. Mas Bruno afirma que o reconhecimento não apaga as dificuldades.
Passei por muito preconceito. Hoje, eu prefiro não bater boca. Diz mais sobre quem ataca do que sobre mim.
Mesmo com a popularidade de Aretuza, Bruno reforça a importância de manter sua vida pessoal preservada: "Preciso dos meus dias de Bruno. Aretuza é linda, mas o Bruno também precisa respirar." E conclui: "Hoje eu posso tudo. Posso tudo o que eu quiser".
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