Pressão alta: saiba o que é mito ou verdade sobre hipertensão

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A hipertensão pode estar ligada a fatores genéticos, hábitos alimentares ruins, sedentarismo, consumo excessivo de álcool e obesidade. Se os pais têm pressão alta, os filhos têm riscos maiores de desenvolver o problema, dependendo do estilo de vida.
A pressão ideal é 12/8 e é considerada alta a partir de 14/9, exigindo acompanhamento e tratamento. Já quem teve um evento cardiovascular, como infarto ou AVC, deve manter a pressão abaixo de 13/8,5. Pessoas com histórico de diabetes, doença vascular ou entupimento nas artérias também devem ficar atentos ao controle da pressão arterial, com a frequente medição e a ingestão diária dos medicamentos prescritos.
Diminuir o sal, ter uma alimentação saudável, praticar exercícios e seguir o tratamento corretamente podem reduzir em até 80% o risco de doenças cardiovasculares, segundo a SBC (Sociedade Brasileira de Cardiologia). A hipertensão é considerada uma doença silenciosa (assintomática), por isso a prevenção é essencial.
Saber diferenciar o que é mito e o que é verdade em relação à doença pode ajudar a lidar melhor com ela. Vamos a eles:
Mitos
A hipertensão tem cura. Na verdade, é possível apenas controlá-la. Por isso a importância da prática de exercícios físicos, da alimentação saudável e do uso contínuo e diário de medicação.
Magros não correm o risco de ser hipertensos. A pressão alta é mais comum em obesos e diabéticos, mas pessoas magras também têm hipertensão, caso sejam sedentárias, alimentem-se de forma incorreta e tenham predisposição genética.
Hipertenso deve beber mais água. A quantidade ingerida deve ser individualizada e não está relacionada ao aumento da pressão. Recomenda-se tomar, diariamente, de 35 ml a 45 ml por quilo de peso.
Tabagismo aumenta a pressão arterial. O fumo especificamente não tem relação com a hipertensão, mas com a aterosclerose, que se caracteriza pela formação de placas de gordura na parede das artérias do coração.
Se não tenho pressão alta, posso consumir bebida alcoólica sem restrição. Ingerir álcool cronicamente —mais do que duas latas de cerveja, 300 ml de vinho ou 40 ml de destilado por dia— aumenta o risco de aumentar a pressão.
Hipertenso não deve fazer exercício físico de alto impacto. É permitido se a pressão estiver controlada, para evitar um pico muito elevado, o que pode ser perigoso.
Vegetarianos e veganos têm menos risco de se tornarem hipertensos. A alimentação de quem não come carne não necessariamente é mais saudável. O importante é controlar a quantidade de sal. Nada adianta comer verduras e legumes com molho de soja industrializado, que contém alto índice de sódio na composição, por exemplo.
O consumo de canela, pimenta ou café é prejudicial. Canela e pimenta estão relacionadas à liberação de óxido nítrico, que dilata os vasos sanguíneos e aumenta o fluxo sanguíneo para os músculos, ou seja, tem uma característica vasodilatadora. Portanto, o consumo adequado é benéfico. Já o café, em excesso, pode ser prejudicial a indivíduos predispostos à hipertensão. Recomendação: no máximo três xícaras pequenas ao dia.
Verdades

É mais recorrente em pessoas com mais de 60 anos. A prevalência é maior em indivíduos desta faixa etária. Mas os jovens também podem ter pressão alta, dependendo dos fatores hereditários e da qualidade de vida.
Homem tem mais tendência a ser hipertenso. Realmente, a condição é mais comum naqueles entre 40 e 50 anos, pois são, geralmente, mais estressados, obesos e sedentários. Ou seja, as causas são mais comportamentais do que fisiológicas.
A gestante pode se tornar hipertensa durante a gravidez. A grávida, devido a alterações hormonais e imunológicas, pode desenvolver hipertensão, o que é conhecido por doença hipertensiva específica da gravidez, ou DHEG. Casos extremos podem levar à eclampsia, mas na maioria das vezes, o nível volta à normalidade uma vez terminada a gestação.
A pressão arterial aumenta na menopausa. A prevalência de mulheres hipertensas se eleva devido à perda da proteção do hormônio estrógeno, que é um protetor e aliado do coração, por estimular a dilatação dos vasos e facilitar o fluxo sanguíneo.
Sofrer de distúrbio do sono é perigoso. A apneia é uma das principais causas de pressão alta, se não considerada a genética. O distúrbio, que significa parada de respiração, provoca a retenção de mais sal e o aumento da atividade do sistema nervoso simpático, que causa a constrição dos vasos sanguíneos.
Fazer sexo eleva a pressão arterial. Durante a relação sexual, a pressão sobe na proporção do esforço, o que é considerado uma resposta normal do organismo. No entanto, dependendo do caso, precisa ser controlada com medicamento, para evitar picos de alta.
Ansiedade e estresse ajudam a aumentar o nível de pressão. O estado de irritabilidade tem componentes relacionados à descarga de adrenalina, que desencadeia a elevação da pressão arterial.
O açúcar não interfere na regulação da pressão arterial. Porém, a restrição do consumo é importante para evitar a obesidade e o sobrepeso, que são fatores causadores de hipertensão.
Chá verde, vegetais de folhas escuras e chocolate auxiliam no controle da pressão. Berinjela, hortaliças e vegetais verde-escuros são ricos em potássio. O aumento do consumo do mineral na dieta está associado ao melhor controle da hipertensão e à prevenção de doenças cardíacas. Assim como o chocolate amargo (70% de cacau), ácidos graxos, como o ômega 3, encontrado em peixes, fibras em aveia, cevada, feijão, grão-de-bico, lentilha e ervilha e o chá verde.
*Com informações de reportagem publicada em 20/01/2020
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