Novo papa é bem internauta, mas faz alerta a fiéis sobre redes sociais

O novo papa Leão 14 é o primeiro pontífice com um longo histórico de participações nas redes sociais, mas é cauteloso: "Pode prejudicar a comunhão na Igreja".

O que aconteceu

O novo papa Leão 14 abriu uma conta no X (antigo Twitter) em 2011. Desde então, ele publicou mais de 400 mensagens e opinou sobre vários temas: racismo, abusos sexuais pelo clero, pandemia, o caso George Floyd e a invasão da Ucrânia pela Rússia.

Em fevereiro, não hesitou em criticar membros do governo Trump. Quando o vice-presidente dos EUA, J. D. Vance, disse que os cristãos devem, primeiramente, amar suas famílias, depois seus vizinhos, depois os membros da sua comunidade e seus compatriotas, Prevost usou a teologia para contradizê-lo nas redes: "JD Vance se engana: Jesus não nos pede que classifiquemos nosso amor pelos demais".

Leão 14 já havia criticado políticas migratórias do 1º mandato de Trump. Em 2017, o então padre Prevost republicou em sua conta um artigo que dizia que os Estados Unidos viviam "uma época obscura" de sua história devido à proibição de entrada de refugiados no país.

Prevost cobrou ação da Igreja após caso George Floyd. Dias depois do assassinato do homem negro por um policial nos EUA, em 2020, o novo papa pediu que companheiros da Igreja Católica se manifestassem: "Precisamos ouvir mais os líderes da Igreja, rechaçar o racismo e buscar justiça", publicou.

O novo papa também mostrou bom humor nas redes, como quando afirmou que muitas pessoas são inteligentes, embora a maioria seja assintomática. O ritmo de suas publicações aumentou na pandemia, mas não se sabe o que ocorrerá durante o seu pontificado.

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Benefícios e riscos das redes sociais

Em entrevista ao Vatican News em 2023, Prevost falou sobre os benefícios das redes. "As redes sociais podem ser um instrumento importante para comunicar a mensagem do Evangelho a milhares de pessoas", analisou.

Entretanto, ele alertou que as pessoas devem estar preparadas para usá-las bem. "O mundo atual, que está em constante mudança, apresenta situações em que realmente temos que pensar várias vezes antes de falar ou antes de escrever uma mensagem no Twitter, para responder ou mesmo apenas para fazer perguntas de forma pública, à vista de todos. Às vezes, há o risco de alimentar divisões e controvérsias", comentou.

Por fim, Prevost lembrou da grande responsabilidade existente no uso correto da internet. Ele afirmou que usar as redes sociais "é uma oportunidade, mas também um risco. E pode prejudicar a comunhão da Igreja. Por isso, é preciso ter muita cautela no uso desses meios".

Papas conectados

Em 2012, o papa Bento 16 publicou no Twitter (hoje, X) pela primeira vez. A conta oficial @Pontifex na plataforma, usada por ele para se dirigir aos fiéis, dispõe de versões em nove idiomas (inclusive em português). O papa Francisco também usou a conta com frequência.

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Contudo, desde 20 de abril, o perfil não teve nenhuma postagem nova. Hoje, ainda exibe a mensagem "Apostolica Sedes Vacans" (a Sé Apostólica está vacante, em português).

(Com AFP e Estadão Conteúdo)

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