IA passa no teste do 'pai da computação' para distinguir humano de robô
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(Toda semana, Diogo Cortiz e Helton Simões Gomes conversam sobre tecnologia no podcast Deu Tilt. O programa vai ao ar às terças-feiras no YouTube do UOL, no Spotify, no Deezer e no Apple Podcasts. Nesta semana, o assunto é: Trump mira China e acerta celular do Brasil; Fim do teste de Turing?; Meta no banco dos réus; Nunca foi tão fácil criar personagens de IA)
O britânico Alan Turing ajudou a quebrar os códigos usados pelos nazistas durante a Segunda Guerra Mundial para dificultar a compreensão de suas mensagens caso caíssem em mãos de inimigos. Considerado como pai da computação e prevendo a explosão de comportamentos autônomos, ele publicou em 1950 uma tese propondo um teste para distinguir humanos de robôs.
Em março deste ano, pesquisadores da Universidade da Califórnia, nos Estados Unidos, publicaram um estudo mostrando como diversos modelos de inteligência artificial já conseguiram driblar o "teste de Turing".
É preciso descobrir quem é humano e quem é máquina. Se, em algum momento, você não conseguir distinguir, o que o Turing estava argumentando é que os comportamentos da máquina já estão tão evoluídos que conseguem simular uma inteligência humana, um pensamento humano
Diogo Cortiz
O experimento foi conduzido por Cameron R. Jones e Benjamin K. Bergen, do Departamento de Ciência Cognitiva da universidade. Ainda precisa ser revisado por pares. No experimento, foram submetidas várias versões de IAs como ChatGPT, da OpenAI, e Llama, da Meta.
O teste
No teste, uma pessoa se comunica por meio de dois terminais. Em um deles, o interlocutor é um humano, no outro, uma máquina. Participaram 284 pessoas.
O modelo GPT-4.5, da OpenAI conseguiu enganar 73% dos participantes e se passar por humano. Os pesquisadores aplicaram o teste com o GPT 4.5, GPT 4o, Llama 3.1 e até ao Eliza, o primeiro chatbot criado.
O experimento teve melhores resultados quando os pesquisadores pediam antes que o modelo agisse como um humano.
Passar no teste significa que a máquina está pensando?
Quando Turing sugeriu o teste, não havia chatbots como os de hoje. Há outros experimentos, menos práticos e mais filosóficos, criados para avaliar se o comportamento de robôs se aproxima do de humanos. É o caso do quarto chinês.
Proposto pelo filósofo norte-americano John Searle, o exercício mental consiste em imaginar uma pessoa presa em um quarto. De uma janela, entram símbolos em chinês que precisam ser manipulados e mandados para o lado de fora por outra janela. A pessoa não sabe a língua estrangeira, mas, dentro do quarto, há um livro com regras na sua língua nativa que a ajuda a manipular os símbolos que entram.
Do lado de fora, quem vê a cena pode pensar que o indivíduo dentro do quarto sabe falar chinês. Mas, na verdade, ela só está seguindo regras sem compreender a língua.
Segundo Cortiz, para alguns analistas, o GPT se comporta como se estivesse no quarto chinês. Ele recebe os estímulos, aplica as regras do jogo e devolve um resultado conforme o esperado, ainda que não saiba o que a mensagem queira dizer.
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DEU TILT
Toda semana, Diogo Cortiz e Helton Simões Gomes conversam sobre as tecnologias que movimentam os humanos por trás das máquinas. O programa é publicado às terças-feiras no YouTube do UOL e nas plataformas de áudio. Assista ao episódio da semana completo.
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