Com demissão de Datena, agora só falta SBT se livrar do Tá na Hora
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O que começou como um sonho terminou como um pesadelo. Há quase seis meses, José Luiz Datena chegou ao SBT falando que trabalhar na emissora era um desejo antigo e que estava feliz por, finalmente, alcançar esse objetivo.
O SBT, por sua vez, depositava no apresentador a esperança de alavancar a audiência noturna da emissora com o Tá na Hora, roubando pontos da Record e estabelecendo uma distância confortável da Band, que frequentemente é o terceiro canal mais visto no fim de tarde e início de noite.
Nenhum dos lados foi feliz durante essa breve união que culminou com Datena insinuando ao vivo, na última sexta, que não voltaria para o comando do Tá na Hora a partir de 5 de maio. E, de fato, a demissão do jornalista foi confirmada horas depois pelo SBT.
Não dá para dizer que a saída de Datena representa uma grande perda para o canal de Silvio Santos. Embora seja um apresentador eficiente, ele já não engaja o público como no início dos anos 2000, quando parte dos espectadores trocava de emissora para acompanhá-lo à frente de noticiários policiais.
No comando do Tá na Hora, Datena não ameaçou a soberania da Record e sofria para vencer o antigo programa, Brasil Urgente, da Band. A passagem pelo SBT só serviu para mostrar que Datena perdeu a influência que um dia teve sob os espectadores e que Tá na Hora nasceu fadado ao fracasso, constatação que a crítica especializada fez logo que o programa foi anunciado.
Sem Datena em seu quadro de funcionários, falta ao SBT perceber que é um erro seguir apostando em um noticiário policial numa faixa horária em que Record e Band já têm público cativo que se interessa por esse tipo de atração.
O canal não voltará a ser competitivo oferecendo o mesmo tipo de programação que a concorrência proporciona. É preciso acabar com o Tá na Hora e desenvolver uma atração que seja uma alternativa para quem foge dos noticiários policiais e para quem não quer acompanhar a novela das seis da Globo.
O momento ruim de audiência que a emissora vive é fruto da falta de investimento e da inércia que tomaram conta do SBT nos anos que antecederam a pandemia. O canal, que tinha se reinventado com a produção de novelas infantis nacionais, se ancorou no sucesso desse filão e não se preocupou em diversificar sua programação. A emissora agora colhe essa falta de planejamento.
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