Como Colapinto encara 'teste' de 5 GPs e a reação sem surpresa de ex-Alpine
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O argentino Franco Colapinto volta ao grid da Fórmula 1 neste fim de semana na primeira das cinco provas que tem como titular até a Alpine reavaliar a situação e decidir se ele continua, se o ex-dono da vaga, Jack Doohan, volta, ou se será necessário procurar outra solução. Uma situação inusitada que ele prefere tentar ignorar e que não surpreende que passou pelo time francês nos últimos anos.
"Infelizmente não é nenhuma surpresa considerando algumas das decisões que a equipe tomou recentemente", disse Esteban Ocon, que ficou de fora do que seria sua corrida de despedida da Alpine, no GP de Abu Dhabi do ano passado, oficialmente porque a equipe sentiu que ele não estava se esforçando pelo time estar lutando contra a Haas, sua atual equipe, no mundial de construtores naqueles GPs finais.
"Obviamente, é triste pelo Jack. Tenho certeza de que ele voltará à F1. Ele mostrou alguns momentos realmente fortes este ano, nos quais se classificou super bem e foi super rápido no carro, o que foi bom de ver. Por outro lado, o Franco também merecia estar na F1. Ano passado ele mostrou coisas ótimas com o carro da Williams. Infelizmente não há carros suficientes no grid para acomodar todos os talentos que existem por aí. Mas estou feliz onde estou."
Não é segredo que a relação interna de Ocon na equipe não era das melhores, mas o problema da Alpine nos últimos anos tem sido a mudança constante de gestão, o que faz com que determinados pilotos que foram contratados por um chefe acabem sem apoio suficiente quando chega alguém novo.
O próprio líder do campeonato, Oscar Piastri, sofreu na Alpine. Ele era piloto reserva e tinha em seu contrato uma cláusula que o liberava caso não virasse titular no segundo ano. A gestão da Alpine deixou a cláusula vencer e, mesmo assim, acreditava ter direito sobre o piloto, que não perdeu tempo e assinou com a McLaren.
Perguntado sobre a situação, Piastri foi mais diplomático. "É uma situação difícil para todos. Não é fácil para Franco chegar sabendo que você tem cinco corridas. E Jack pode ter orgulho do que ele conseguiu. Ele chegou na F1 e ninguém pode tirar isso dele."
"Estou mais perto que ano passado"
Colapinto está tentando olhar o lado positivo disso tudo. Lembrou que, quando estreou pela Williams no GP da Itália do ano passado, tinha apenas 300km de experiência em um carro de F1, o mínimo para que ele tirasse a superlicença
"Acho que agora estou apenas seis corridas atrás de todos [nesta temporada], em termos de evolução, de pneus. Mas estou muito mais perto do que no ano passado. No ano passado, eu não tinha experiência nenhuma. Acho que senti um pouco mais de pressão lá só pelo fato de tudo ser novo. Neste ano, só ter essa experiência extra, ter esse conhecimento de já ter corrido na Fórmula 1, vai me ajudar um pouco."
Isso é importante para Colapinto porque parte do motivo para ele ter um contrato curto é a impressão que deixou nas nove corridas que fez ano passado: a de um piloto certamente rápido, mas também muito errático. Ele acredita que o tempo que teve para processar tudo o que aconteceu, lembrando que ele era estreante na F2 ano passado, foi importante.
"Claro que não foi o melhor dos cenários ficar de fora, não foi o que eu queria, mas foi um bom tempo para eu refletir sobre o que aconteceu ano passado e aprender. Não penso nas cinco corridas, penso no agora e mal posso esperar para voltar a pilotar."
Em termos de preparação, Colapinto estava atuando no simulador da Alpine desde que foi confirmado como reserva na equipe em janeiro, e também fez pelo menos dois testes com carros de 2023, na Itália, e semana passada em Zandvoort, na Holanda, uma pista fisicamente mais difícil, assim como Imola. Mas ele mesmo admite que a situação não é a ideal.
"Depois de ouvir principalmente o Carlos [Sainz, que trocou a Ferrari pela Williams em 2025] dizendo que ele precisava de 10 corridas para se acostumar com o carro, acho que cinco não são suficientes para alguém que só fez nove corridas antes disso. Provavelmente eu precise de um pouco mais de cinco para maximizar o carro. Mas é o que eu tenho."
Essa sequência de corridas de Colapinto começa com três provas em três finais de semana seguidos: em Imola, depois Mônaco e Barcelona. E tem ainda os GPs do Canadá (numa pista que ele não conhece) e na Áustria.
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