Julio Gomes

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Por que Jorge Jesus ainda não é o técnico da seleção brasileira?

É oficial. Jorge Jesus não é mais técnico do Al-Hilal. A incrível campanha da temporada passada, com títulos locais conquistados com sobras e recorde histórico de vitórias, ficou para trás. Na atual temporada saudita, o Al-Hilal perdeu praticamente tudo o que disputou, e no meio do caminho Jesus abriu mão de Neymar - o que possivelmente acabou se provando um erro.

Quando Ednaldo Rodrigues, presidente da CBF, resolveu demitir Dorival Jr, Jorge Jesus apareceu de cara como o favorito ao cargo. Os dias se passaram e o nome de Carlo Ancelotti voltou a ser o mais forte - até o novo "não", mesmo com um empresário do "entorno" de Neymar pai na jogada. Agora, esquentou o nome de Abel Ferreira. E ninguém mais fala de Jesus, só a imprensa.

O que pode explicar Jorge Jesus não ser já o técnico da seleção? Existia a tal Champions asiática (o Al-Hilal foi eliminado nesta semana, nas quartas de final). Existia a chance de o Al-Hilal não querer liberá-lo antes do Mundial de Clubes da Fifa (obviamente, não era o caso).

Jesus já deu várias entrevistas dizendo que o sonho da vida dele é ser técnico da seleção. Até aí, tudo bem, é o sonho de muitos. É que não parece ser o de Abel, e menos ainda de Ancelotti. Jesus teve muito sucesso no Flamengo e ganhou o respeito do Brasil inteiro. Mostrou-se bom para lidar com jogadores brasileiros, mostrou ter compreendido o afã de uma torcida pelo futebol leve e ofensivo, coisa que se aplica também à seleção. É verdade que nunca treinou um Real Madrid, um Barcelona ou um time de Premier League, não é um curriculum de Guardiola, mas é um técnico de bagagem no futebol europeu. É um cara com experiência e resultados.

Enfim, não quero aqui dizer que Jorge Jesus é o homem perfeito perfeitíssimo para o cargo. Ninguém é. Ele possivelmente seja o que atenda mais critérios. Inclusive um que a CBF estabeleceu como crucial: o tempo. Já que querem um treinador para convocar "amanhã" e estar no banco contra Equador e Paraguai, pelas eliminatórias, em junho. Está agora livre e desimpedido no mercado, sem multas, sem negociações, sem travas.

Então, repito a pergunta. O que pode fazer com que Jesus não seja ainda o técnico da seleção?

E aí você que está lendo se pergunta o mesmo que eu me pergunto. Teria algo a ver com Neymar? Será que a relação desgastada no Al-Hilal, ainda que não tenha havido uma só declaração de Jesus criticando ou diminuindo Neymar, é o fator primordial? Será que a família manda mesmo na seleção, nesse nível? A seleção, no campo, é há 15 anos refém do menino. A CBF e seu presidente são também?

Opinião

Texto em que o autor apresenta e defende suas ideias e opiniões, a partir da interpretação de fatos e dados.

** Este texto não reflete, necessariamente, a opinião do UOL

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