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Opinião

Corais e natureza vibrantes nos últimos destinos na Indonésia

Navegando para Wayag, fizemos paradas estratégicas em ancoragens profundas, onde ventanias e chuvas podem surgir de repente. Nesta região, a navegação exige atenção redobrada, e recorremos a imagens de satélite para identificar áreas rasas e corais, já que as cartas náuticas nem sempre são precisas.

Em todas as ancoragens pelas quais passamos, a regra era explorar os corais fazendo snorkel ou mergulhando com cilindro. A diversidade de corais é algo que nunca havíamos presenciado antes. Cerca de 70% das espécies de corais do mundo encontram-se nessa região.

Não houve um único dia em que entramos na água e saímos sem ficar de boca aberta diante da beleza, da biodiversidade e da riqueza do ambiente marinho. Cada ancoragem parece ser mais incrível que a anterior, e a sensação de exploração constante nunca perde o encanto.

Foi dessa forma que chegamos em Wayag. Já tínhamos ouvido muito sobre o lugar, mas, quando finalmente chegamos, ficamos sem palavras. As montanhas de rochas calcárias em formato de pináculos, os corais vibrantes e os tons de azul do mar criam uma paisagem que transmite uma sensação de magia.

Voz dos Oceanos e os corais da Indonésia
Voz dos Oceanos e os corais da Indonésia Imagem: Divulgação

A deslumbrante ilha de Wayag foi o ponto mais ao norte que alcançamos, dessa vez, aqui na Indonésia. De lá, começamos a navegar retornando sul e, assim, cruzando o Equador mais uma vez.

O impressionante na Indonésia é que, a cada mudança de ancoragem, o cenário pode se transformar completamente em relação ao anterior.

Paramos em mais algumas "Pulau" (ilhas) a caminho de Sorong, localizada na extremidade oeste da ilha de Nova Guiné. Em uma delas, parecia que estávamos em um local parado no tempo diante de uma natureza exuberante. A quantidade de pássaros é impressionante. A floresta, densa, cercava toda a enseada onde o veleiro Kat estava ancorado.

Em certos momentos, a floresta era coberta por uma chuva fina e podíamos ouvir o som da água caindo sobre as árvores e folhas, criando a sensação de que a mata estava cantando. Logo após a chuva, uma leve neblina se formava sobre as copas das árvores, tornando o ambiente ainda mais místico, como se estivéssemos em um mundo ainda não descoberto.

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E assim, encantados, seguimos navegando com a Voz dos Oceanos até Sorong, capital da Papua Sudoeste - província da Indonésia, na porção ocidental da Nova Guiné.

Com cerca de 300 mil habitantes, Sorong passou por um rápido crescimento a partir de 2010. Atualmente, a cidade é o principal ponto de partida para a maioria das embarcações de charter, utilizadas para excursões turísticas, que duram de 7 a 12 dias, de acordo com o pacote escolhido pelos visitantes.

O grande atrativo da região é o mergulho. A maioria das pessoas que desembarca no aeroporto de Sorong embarca numa excursão dessas, se hospeda em alguma pousada ou um hotel e é apaixonada por mergulho. E escolher esse destino para mergulhar é algo fácil de entender.

Como precisávamos fazer algumas manutenções no veleiro sustentável Kat, seguimos para Tampa Garam, um local recomendado por todos os velejadores que passam por Sorong. Trata-se de um resort abandonado no meio da construção, meio em ruínas, mas que oferece uma área protegida para ancoragem, permitindo prender a âncora na proa e amarrar a popa em terra.

Ao nos aproximarmos, percebemos que o canal de entrada para a área onde ficam os barcos era realmente estreito, exigindo muita atenção para evitar as paredes de pedra. No entanto, o veleiro Kat - com todo o seu tamanho - conseguiu entrar com segurança.

Nossa passagem pela Indonésia se aproxima do fim e estamos revendo nossa rota e planejamento. Estamos em abril e temos uma missão: cruzar dois oceanos em apenas cinco meses para concluir a primeira volta ao mundo da Voz dos Oceanos em novembro, com nosso retorno a Belém para a COP30.

Opinião

Texto em que o autor apresenta e defende suas ideias e opiniões, a partir da interpretação de fatos e dados.

** Este texto não reflete, necessariamente, a opinião do UOL.

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