Ondansetrona: para que serve, como tomar, efeitos e bula completa

A ondansetrona, também conhecida como cloridrato de ondansetrona ou cloridrato de ondansetrona diidratado, é um medicamento usado para prevenir e tratar enjoos e vômitos, principalmente causados por quimioterapia, radioterapia ou após cirurgias.

O remédio está disponível no formato de comprimido orodispersível (que dissolve na língua) ou revestido e pode ser usado por adultos e crianças a partir de dois anos, com indicação médica. Já a solução injetável, além do uso adulto, também pode ser usada por crianças a partir de mês mês de vida em dose de acordo com a superfície corporal.

Confira, a seguir, todas as informações encontradas na bula de cloridrato de ondansetrona.

Cloridrato de ondansetrona: para que serve e bula completa

Para que serve o cloridrato de ondansetrona? O que ele trata?

A ondansetrona é um medicamento usado para prevenir e tratar enjoos e vômitos de forma geral, mas especialmente quando causados por tratamentos como quimioterapia, radioterapia ou após cirurgias. Ela funciona bloqueando os efeitos da serotonina, que pode provocar o reflexo do vômito. Dessa forma, ajuda a pessoa a se sentir melhor, evitando ou diminuindo os episódios de náusea.

Precisa de receita médica para comprar cloridrato de ondansetrona?

Sim, esse é um medicamento vendido apenas sob prescrição médica pela farmácia.

Como usar o cloridrato de ondansetrona?

O medicamento pode ser encontrado nos formatos de comprimido orodispersível (4 mg e 8 mg), comprimido revestido (4 mg e 8 mg) e solução injetável de 2 mg/ml - ampolas de 4 mg/2ml e 8 mg/4ml.

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Comprimido orodispersível e revestido:

Ao remover o comprimido orodispersível da embalagem, as mãos devem estar secas e ele deve ser colocado imediatamente na ponta da língua para que se dissolva em segundos. Depois de completamente dissolvido, engula com saliva, não é necessário ingerir com líquidos. A ação do medicamento inicia-se aproximadamente uma hora e meia após a ingestão.

Por outro lado, o comprimido revestido deve ser ingerido com água.

Já as dosagens vão variar de acordo com tratamento;

Prevenção de náusea e vômito em geral

Adulto: dois comprimidos de 8 mg.

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Crianças: para pacientes maiores de 11 anos, recomenda-se um a dois comprimidos de 4 mg. Já para crianças de dois a 11 anos, um comprimido de 4 mg.

Prevenção de náusea e vômito no pós-operatório

A mesma dose, descrita acima, para todas as idades, com administração uma hora antes da anestesia.

Prevenção de náusea e vômito associado a quimioterapia

Quimioterapia que provoca muito vômito: uso adulto com dose única de 24 mg de ondansetrona (três comprimidos de 8 mg) administrado 30 minutos antes do início da quimioterapia do dia.

Quimioterapia que provoca vômito de forma moderada: para pacientes com 11 anos ou mais, um comprimido de 8 mg, 2duas vezes ao dia. A primeira dose deve ser administrada 30 minutos antes do início da quimioterapia e a segunda , oito horas depois. É recomendado ainda administrar 8 mg de ondansetrona, duas vezes ao dia (a cada 12 horas), durante um a dois dias após término da quimioterapia. Já em crianças de dois a onze anos, administrar um comprimido de 4 mg, três vezes ao dia (a cada oito horas) durante um a dois dias após término da quimioterapia

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Prevenção de náusea e vômito associado a radioterapia, tanto em irradiação total do corpo, fração de alta dose única ou frações diárias no abdome:

Pacientes com 11 anos ou mais: um comprimido de 8 mg, três vezes ao dia.

Para irradiação total do corpo, tomar um comprimido de 8 mg, uma a duas horas antes de cada fração de radioterapia aplicada em cada dia.

Para radioterapia do abdômen em doses fracionadas, tomar um comprimido de 8 mg, uma a duas horas antes da radioterapia, estendendo o uso a cada oito horas após a primeira dose a cada dia de aplicação da radioterapia.

Para radioterapia do abdome em dose única elevada, tomar um comprimido de 8 mg, uma a duas horas antes da radioterapia, estendendo o uso a cada oito horas após a primeira dose, por um a dois dias após o término da radioterapia.

Crianças com dois a 11 anos: um comprimido de 4 mg, três vezes ao dia.

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A primeira dose deve ser administrada uma a duas horas antes do início da radioterapia, estendendo o uso a cada oito horas após a primeira dose, por um a dois dias após término da radioterapia.

Injetável

A ondansetrona injetável deve ser aplicada por um enfermeiro, direto na veia ou no músculo, sempre no hospital e com acompanhamento médico.

Para adultos, a dose mais comum é de 8 a 16 mg na veia, ou 8 mg no músculo, logo antes da quimioterapia.

No caso de crianças com mais de um mês de vida e adolescentes até 17 anos, o médico é quem calcula a dose certa, levando em conta o tamanho do corpo da criança.

Quais as contraindicações do cloridrato de ondansetrona? Quem não deve tomar?

Cloridrato de ondansetrona não é recomendado para crianças menores de dois anos. Além disso, pacientes alérgicos a qualquer um de seus componentes também não devem tomar o medicamento, bem como os que estiverem tomando apomorfina, devido ao risco de hipotensão (pressão baixa) profunda e perda de consciência.

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O que saber antes de tomar o medicamento?

Gravidez: este medicamento não deve ser utilizado por mulheres grávidas sem orientação médica, principalmente nos três primeiros meses, por risco de má formação fetal.

Lactação: recomenda-se cautela no uso de ondansetrona em mulheres que estão amamentando.

Pediatria: é recomendada a administração de cloridrato de ondansetrona de 4 mg em crianças acima de dois anos e cloridrato de ondansetrona 8 mg em crianças acima de 11 anos.

Idosos: não é necessário ajuste de dose em pacientes idosos, embora o corpo demore um pouco mais para eliminar o medicamento em pacientes acima de 75 anos.

Cardíacos: pacientes que possuam algum problema no coração que provoque batimentos cardíacos irregulares constantes devem evitar o uso de ondansetrona por risco potencial de morte súbita.

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Síndrome Serotoninérgica: quando a ondansetrona é usada junto com outros remédios que aumentam a serotonina no corpo, pode haver risco de uma reação chamada síndrome serotoninérgica. Por isso, se for necessário usar esses medicamentos juntos, o paciente deve ser bem acompanhado pelo médico para evitar complicações.

Insuficiência hepática/renal: em pacientes com insuficiência hepática (função alterada do fígado) grave, não se recomenda exceder a dose diária de 8 mg. Já em pacientes com função alterada do rim, não é necessário ajuste de dose.

Interações medicamentosas: alguns medicamentos podem desencadear reações no organismo, inclusive graves, ou ter seus efeitos alterados se ingeridos concomitantemente com a ondansetrona. (Ver mais no tópico de interações medicamentosas.)

Baixa concentração de potássio ou de magnésio no sangue: é importante avisar ao médico antes de tomar o medicamento.

Cloridrato de ondansetrona causa dependência?

Diferente de alguns remédios que atuam no sistema nervoso central, a ondansetrona não provoca vício ou dependência física ou psicológica. No entanto, deve sempre ser usado com orientação médica.

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Pode usar cloridrato de ondansetrona e tomar bebidas alcoólicas?

Embora não haja uma interação grave conhecida entre a ondansetrona e o álcool, a bebida pode aumentar os efeitos colaterais do medicamento, como dor de cabeça e diarreia. Além disso, o álcool pode irritar ainda mais o estômago e prejudicar a recuperação do enjoo.

Pode dirigir se estiver usando cloridrato de ondansetrona?

Em geral, é possível dirigir ao usar cloridrato de ondansetrona, desde que você não sinta efeitos colaterais que possam atrapalhar sua atenção ou reflexos.

Grávidas e lactantes podem tomar cloridrato de ondansetrona?

Grávidas não devem utilizar o medicamento sem orientação médica, evitando o uso nos três primeiros meses. Baseado em estudos epidemiológicos realizados em humanos, suspeita-se que a ondansetrona cause malformações orofaciais (lábio e céu da boca) quando administrada durante o primeiro trimestre de gravidez.

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Já mães que estejam amamentando devem usar com cautela, sempre sob orientação médica.

Cloridrato de ondansetrona dá sono?

Sonolência não está entre as reações adversas do medicamento.

Interação medicamentosa: pode tomar cloridrato de ondansetrona com outros remédios?

O uso de ondansetrona junto com cloridrato de apomorfina é proibido, pois pode causar queda de pressão grave e desmaios.

Também é preciso cuidado ao usar com outros medicamentos que aumentam a serotonina, como antidepressivos, pois pode haver risco de síndrome serotoninérgica (com alterações no estado mental, nos batimentos do coração e anormalidades neuromusculares).

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O uso com tramadol pode diminuir o efeito analgésico deste medicamento.

A ondansetrona também pode alterar os batimentos cardíacos, com risco de arritmia grave e até morte súbita. Por isso, não deve ser usada por quem tem síndrome do QT longo ou já teve arritmia. Informe ainda seu médico se você tem outros problemas no coração, ou baixas concentrações de potássio ou magnésio no sangue. Também avise se estiver usando medicamentos para arritmia ou diuréticos.

Não são conhecidos relatos de interferência da ondansetrona em testes laboratoriais.

Onde armazenar o cloridrato de ondansetrona?

Guarde o medicamento em um local fresco e seco, em temperatura ambiente (entre 15°C e 30 °C), longe da luz e da umidade. Não use se o prazo de validade estiver vencido e sempre mantenha na embalagem original.

Antes de tomar, observe se o remédio está com a aparência normal. Se notar algo diferente, mesmo dentro do prazo, fale com o farmacêutico. E lembre-se: todo medicamento deve ser mantido fora do alcance das crianças e dos animais domésticos.

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O que fazer se esquecer de tomar este medicamento?

Você deve tomar este medicamento conforme a receita médica. Se você deixou de tomar uma dose, deverá tomar a seguinte como de costume, isto é, na hora regular e sem dobrar a dose.

Quais os possíveis efeitos colaterais e reações adversas do cloridrato de ondansetrona?

As reações adversas que podem ocorrer são:

Muito comum (mais de 10% dos pacientes): diarreia, dor de cabeça e prisão de ventre.

Comum (entre 1% e 10% dos pacientes): cansaço e erupções na pele.

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Incomum (entre 0,1% e 1%): mal-estar, soluços e diminuição dos batimentos do coração (bradicardia).

Rara (entre 0,01% e 0,1%): broncoespasmo (dificuldade de respirar) e reação alérgica grave.

Muito rara (menos de 0,01%): erupções cutâneas disseminadas, com bolhas e descamação em grande parte da superfície corporal (Necrólise Epidérmica Tóxica).

Frequência desconhecida: prolongamento do intervalo QT, incluindo Torsades de Pointes (arritmia grave).

Procure um médico urgentemente se, em até 15 minutos depois de tomar o medicamento, ocorrerem sintomas como: sensação de intranquilidade, agitação, vermelhidão na face, palpitações, coceira, pulsação no ouvido, tosse, espirro e dificuldade de respirar.

O que pode acontecer em caso de superdosagem?

Se você tomar uma quantidade maior do que a recomendada deste fármaco, procure ajuda médica o mais rápido possível e leve a bula ou a embalagem com você.

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Alguns sintomas que podem acontecer são: cegueira repentina de dois a três minutos de duração, prisão de ventre grave, pressão baixa e fraqueza. Esses efeitos costumam passar, mas é importante receber atendimento. Se precisar de mais informações, você também pode ligar para 0800 722 6001 (Disque Intoxicação).

Revisão técnica do texto feita por: Nadine de Godoy Torso, farmacêutica, doutoranda da Faculdade de Ciências Médicas da Unicamp (Universidade Estadual de Campinas); Patricia Moriel, farmacêutica, doutora, professora da Faculdade de Ciências Farmacêuticas da Unicamp e coordenadora do Grupo técnico de Farmacovigilância do CRF/SP (Conselho Regional de Farmácia do Estado de São Paulo).

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