Danilo Lavieri

Danilo Lavieri

Siga nas redes
Só para assinantesAssine UOL
OpiniãoEsporte

Artur dá respiro para Textor no Botafogo e alivia erro grave do juiz

O golaço de Artur, que selou o 3 a 2 sobre o Estudiantes, foi daqueles momentos que misturam alívio e alerta. O Botafogo venceu, segue com chances de classificação na Libertadores, mas a noite no Nilton Santos expôs, mais uma vez, que o clube vive perigosamente. Dentro e fora de campo. John Textor, dono da SAF e figura central do projeto alvinegro, ganhou um respiro. Mas ele está longe de estar livre da pressão.

Sim, houve erro de arbitragem. O pênalti inexistente marcado para o Estudiantes é daqueles lances que, em outro contexto, gerariam protestos oficiais e notas inflamadas, o que não seria injusto. Só que usar esse episódio como escudo para os problemas estruturais do time seria irresponsável. O Botafogo abriu o placar, fez 2 a 0 e cedeu o empate. Venceu graças à inspiração individual de Artur, em um golaço no fim, além de outra assistência. Mas seguiu longe de passar segurança, relembrando tempos de insegurança de 2023.

Para um clube que entrou na competição como atual campeão brasileiro, o cenário atual, com risco real de eliminação ainda na fase de grupos, é frustrante. E diz muito sobre o que tem sido a era Textor até aqui: promissora no discurso, irregular na prática. O americano falou repetidamente que "a temporada começaria em abril", como se tudo antes fosse pré-temporada. Já estamos em maio. E o que se vê é um time que ainda busca consistência e um projeto que depende demais de lampejos, não de um planejamento sólido.

Ao mesmo tempo, Textor parece mais presente nos bastidores do futebol europeu do que no cotidiano do Botafogo. O Lyon vive um drama com o fair play financeiro e risco de rebaixamento. O Molenbeek, na Bélgica, também caminha no fio da navalha. São dilemas sérios, mas nenhum deveria ser mais importante do que o clube brasileiro que encabeça seu portfólio esportivo. A impressão é de que o Botafogo virou apenas mais uma peça nesse tabuleiro global.

A vitória sobre o Estudiantes foi valiosa, tanto no aspecto esportivo quanto e emocional. Evita o colapso imediato e mantém viva a esperança na Libertadores. Mas seria um erro de avaliação, algo recorrente nesta gestão, tratar esse resultado como ponto de virada definitivo. O time ainda é vulnerável. A pressão ainda existe. E o torcedor, mais uma vez, está à espera de um projeto que entregue mais do que palavras.

Se abril era o começo, então é bom que Textor esteja pronto para o que maio ainda pode cobrar.

Opinião

Texto em que o autor apresenta e defende suas ideias e opiniões, a partir da interpretação de fatos e dados.

** Este texto não reflete, necessariamente, a opinião do UOL.

Deixe seu comentário

O autor da mensagem, e não o UOL, é o responsável pelo comentário. Leia as Regras de Uso do UOL.

OSZAR »