História, legado e futuro: Marquinhos se aposenta, mas pensa em seguir no basquete

A noite de quarta-feira (14) marcou um momento especial para o basquetebol brasileiro. Maior cestinha e maior campeão da história do Novo Basquete Brasil, Marquinhos se despediu das quadras. Perto de completar 41 anos de idade, o ala atuou pela última vez com a camisa do Vasco na derrota para o Minas pela série de quartas de final do NBB. Emocionado após o final da partida, Marquinhos agradeceu ao basquete e acenou para um futuro no esporte.

"O sentimento é de dever cumprido. Foram 25 anos de profissão e consegui inúmeras coisas com o basquete. Sofri com algumas lesões neste caminho, mas tive muito mais alegria do que tristeza. Eu já tenho a minha licença para ser treinador. Fiz a faculdade de educação física e me preparei para isso. Eu estudo muito o basquete e acompanho todas as grandes ligas do mundo. Então quem sabe num futuro. Mas agora eu quero descansar, curtir com minha família, viajar e aproveitar as ondas do Arpoador para surfar", disse Marquinhos.

Lenda do basquete brasileiro

Presente em 16 das 17 edições do NBB, Marquinhos passou por diversos clubes brasileiros e construiu histórias marcantes por todos eles. Seu período de maior destaque foi pelo Flamengo, onde conquistou todos os títulos possíveis, incluindo seis troféus do NBB, duas Copas Super 8, a Liga das Américas de 2014 e a Copa Intercontinental de 2014. Pelo Rubro-Negro, conquistou por três vezes o troféu de MVP da elite do basquete brasileiro, sendo o único a alcançar este feito até hoje.

Outro momento marcante na carreira de Marquinhos foi quando realizou o seu sonho de vestir a camisa do São Paulo, time do coração, em 2021/2022. Por lá, foi protagonista dos dois maiores títulos da história do clube, o Paulista de 2021 e a Champions League Americas de 2021.

No Vasco, ajudou o time a se reerguer no basquete, classificando a equipe para duas Copa Super 8 e duas quartas de final do NBB. Porém, o maior destaque que obteve com a camisa cruzmaltina foi quando bateu a marca de 9000 pontos no NBB e se consagrando como o maior cestinha da história da competição.

Quando perguntado sobre o seu legado no basquete, Marquinhos ressalta a dedicação que teve durante a carreira. "Acho que meu legado vai ser o da competição. Fazer de tudo para vencer e tirar o gás de onde não tem mais. Eu treinei muito para poder ter os meus movimentos dentro de quadra. Me dediquei muito para poder seguir aprendendo ano após ano com o jogo. Para quem já vive isso aqui: aproveite ao máximo, pois o tempo passa rápido", completou ele.

Três ápices

Com experiências internacionais por clubes e seleção, Marquinhos apontou quais foram os seus pontos mais altos ao longo desses 25 anos de basquete. "Posso dizer que tive três pontos chaves nesta jornada. Joguei na NBA, no ápice da minha carreira, depois disputei duas Copas do Mundo com o Brasil. Mas com certeza, disputar dois Jogos Olímpicos com a seleção, sendo a segunda em casa, no Rio de Janeiro, foi a minha cereja do bolo", afirmou o experiente ala.

Marquinhos chegou à NBA em 2006, quando foi selecionado no Draft da liga pelo New Orleans Hornets. O brasileiro chegou a disputar 26 jogos pela franquia, mas sofreu com lesões e com poucas oportunidades de jogo. Pelo Brasil, defendeu a seleção em duas Copas do Mundo (2010 e 2014), onde chegou às oitavas e quartas de final, respectivamente. Nas Olimpíadas, participou das edições de 2012 e 2016. Em Londres, parou nas quartas de final e terminou com a 5ª colocação geral. Já no Rio, o Brasil não passou da fase de grupos, terminando em 9º lugar.