Cortar ou tirar cílios virou moda, mas faz mal? Pelo cresce de novo?

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Na Turquia, o dono de uma barbearia viralizou ao aparar os cílios de um cliente. Profissionais pelo mundo seguiram a tendência, adotada por homens que querem parecer "mais masculinos" —na ideia de que os cílios estão ligados à feminilidade.
Já o perfil de um estúdio de beleza no Peru compartilhou o vídeo de uma pessoa retirando os cílios com uma pinça. O objetivo seria ficar com um "olhar mais natural".
Esses vídeos de pessoas encurtando ou removendo completamente os cílios têm circulado nas redes sociais. Mas antes que essa moda pegue por aqui, já vamos alertar: pode ser prejudicial para a saúde.
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Por que é melhor não tirar os cílios
Antes de uma questão estética, os cílios são a primeira barreira de proteção para os olhos. Esses pelos ativam nosso reflexo de piscar quando um corpo estranho —como poeira, inseto ou até a mão de alguém— se aproxima rapidamente deles.
"É similar à tela em uma janela que protege da entrada de insetos ou poeira", compara o oftalmologista Marcello Colombo, diretor do Hospital Visão Laser.
Ao encurtar ou remover os cílios, perdemos a sensibilidade de resposta rápida, retardando o reflexo de piscar, e colocamos os olhos em risco. Se eles são atingidos com frequência por corpos estranhos, podem se lesionar, desenvolver úlceras e infecções, como terçol.
Piscar também ajuda na lubrificação dos olhos, espalhando a lágrima pela superfície ocular. Sem os pelos, esse processo fica comprometido. "É um risco para o olho seco, por diminuir o número de piscadas", diz Colombo. Infecções nas glândulas produtoras de lágrimas também são um problema.
Cílios voltam a crescer?
Sim, em torno de 15 a 20 dias após a retirada. Mas se a prática é frequente, pode não nascer pelos de novo. "Pode ter fibrose na raiz e, ao longo do tempo, não nascer", diz o médico. A tendência, segundo ele, é que os novos pelos sejam mais finos.
Na ausência de cílios, a lubrificação artificial pode ajudar. Usar colírio é uma possibilidade, mas atenção: ele é um remédio e, como tal, precisa de avaliação médica prévia e indicação personalizada.
"O lubrificante tem níveis de viscosidade, com componentes que permanecem lubrificando por mais ou menos tempo. O oftalmologista vai saber prescrever o nível necessário para cada pessoa", explica Colombo.
O médico orienta o público a conversar com um especialista sobre qualquer tipo de modismo ou comportamento que surja nas redes e a pessoa pense em aderir. "Muitas vezes, seguir tendências por livre e espontânea vontade gera riscos ao paciente."
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