Rico Vasconcelos

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Opinião

Lady Gaga é fundamental para o fim da epidemia de HIV

Desde que anunciou que faria um show gratuito da sua nova turnê Mayhem nas areias da praia de Copacabana, neste dia 3 de maio, no Rio de Janeiro, Lady Gaga entrou na lista de temas diários para uma boa parte dos brasileiros.

Além do seu talento musical, Gaga traz consigo uma lista de motivos para ser admirada não apenas pelos seus "Little Monsters", como são chamados seus fãs, mas por todo o planeta. Dessa lista, o que mais me impressiona é o impacto de seu discurso e ações na resposta à epidemia de HIV/Aids.

Um exemplo recente disso foi o seu discurso na noite de premiação do Grammy 2025, logo após levar, junto com Bruno Mars, o prêmio na categoria Melhor Performance de Duo/Grupo Pop com a música "Die With a Smile".

Naquele momento, enquanto os Estados Unidos assistiam incrédulos e paralisados às medidas que o recém-empossado presidente Donald Trump decretava com duras sanções contra a população transexual, Lady Gaga disse ao vivo e em rede nacional:

"É uma grande honra cantar para todos vocês. Só quero dizer esta noite que as pessoas trans não são invisíveis. As pessoas trans merecem amor. A comunidade queer merece ser erguida. A música é amor. Obrigada."

Considerada como uma das maiores divas pop para o público LGBT+, Lady Gaga ao longo de toda a sua carreira tem sido uma das maiores ativistas atuando em prol do respeito e dos direitos dessa minoria. Músicas como "Born this Way" servem como hino e suporte para milhares de jovens trans, gays ou lésbicas ao redor do planeta que não encontram acolhimento em suas famílias e comunidades.

No refrão dessa música, ela diz:

"Sou bonita à minha maneira
Porque Deus não comete erros
Estou no caminho certo, querida
Eu nasci assim"

Como seu maior público, a população LGBT+ é também um dos grupos em que se concentra na atualidade a maioria dos novos casos de infecção por HIV globalmente.

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Ao pregar o amor-próprio e empoderamento pessoal, a cantora promove nesse grupo conscientização e busca por autocuidado e saúde. Afinal, a LGBTfobia, junto com todas as demais formas de discriminação e exclusão social, são os maiores combustíveis da epidemia de HIV/Aids, por privarem indivíduos do acesso à prevenção e ao tratamento dessa infecção.

Seja quando organiza campanhas de arrecadação de milhões de dólares em doações para fundações que atuam no bem-estar de LGBTs, seja quando anuncia publicamente que se testou para HIV, recomendando que seus "Little Monsters" façam o mesmo, Lady Gaga está sempre ajudando a combater os determinantes sociais da epidemia de HIV e levando educação em saúde a quem mais precisa.

Com esse histórico, Lady Gaga se alinha a outros artistas, como Madonna e Elton John, que se engajaram ativamente no enfrentamento do estigma causado pelo HIV/Aids. Lembrando a todos que as pessoas merecem saúde, amor e respeito, não importando qual seja sua identidade de gênero, orientação sexual ou diva pop.

Se você ainda não conhece esse lado ativista de Lady Gaga, aproveite a passagem da artista pelo Brasil para conferir suas músicas e seu trabalho. E reflita sobre o que você está fazendo por essa causa.

Opinião

Texto em que o autor apresenta e defende suas ideias e opiniões, a partir da interpretação de fatos e dados.

** Este texto não reflete, necessariamente, a opinião do UOL

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