Desconforto que vale a pena: razões para você encarar a banheira de gelo

Ler resumo da notícia
Parece simples: um recipiente, água e gelo. Mas quem já entrou sabe que a banheira de gelo é muito mais que isso.
Para grande parte das pessoas, o desconforto inicial é imenso. Mas esse é um choque térmico que acorda o corpo, expande a mente e fortalece a alma, além de ajudar a diminuir a dor muscular.
Por isso, a prática da crioterapia por imersão em água gelada vem ganhando destaque não só entre atletas de elite e amadores, mas também entre pessoas que decidiram parar de fugir do desconforto e começar a usá-lo como ferramenta de evolução.
O método consiste em submergir o corpo (ou partes dele) em água com temperatura entre 5ºC e 10ºC, por 5 a 12 minutos. Esse choque térmico provoca uma série de respostas fisiológicas:
Vasoconstrição intensa: os vasos sanguíneos se contraem, o que reduz o fluxo sanguíneo e ajuda a conter inflamações e edemas após treinos ou lesões.
Estímulo ao sistema nervoso: o frio ativa o sistema nervoso simpático, estimulando a liberação de dopamina, noradrenalina e endorfinas — neurotransmissores ligados ao humor, energia e bem-estar.
Melhora da circulação: ao sair da água, o corpo busca se aquecer rapidamente e os vasos se dilatam, aumentando o fluxo sanguíneo e acelerando a recuperação muscular.
Termogênese e gasto calórico: o corpo consome energia para manter sua temperatura interna, favorecendo o metabolismo.
Estado de alerta: o frio obriga o corpo a sair da zona de conforto. É como apertar um botão interno de ativação.
A crioterapia é usada para
- Reduzir dores musculares pós-treino (Doms)
- Acelerar a recuperação e a performance
- Reduzir marcadores inflamatórios (como IL-6 e CK)
- Melhorar a qualidade do sono e a saúde mental
- Elevar os níveis de energia e clareza mental
- Desenvolver resiliência, disciplina e foco
Estudos mostram que a crioterapia pode reduzir em até 20% a dor muscular percebida após treinos de força ou endurance. Pesquisas também destacam o aumento de dopamina em até 250% após exposições ao frio. Esse pico da substância melhora o humor, a motivação e o foco cognitivo por horas.
Já faz alguns meses que comecei a entrar na banheira de gelo, no começo eu suava frio só de pensar Fernando Guerreiro
Quando o cérebro sente o impacto da água gelada no corpo, tudo grita para você sair. Mas e se você resistir e permanecer? Algo muda. Não é só o corpo que resiste ao desconforto. É a mente que mostra ser capaz de dominá-lo. É o espírito que cresce.
Você respira, acalma a frequência cardíaca, vence o pânico. Em minutos, você não é mais a mesma pessoa que entrou. A banheira se torna um lugar de conquista silenciosa, onde ninguém aplaude, mas você sai vitorioso.
Como e quando fazer
- Temperatura da água: entre 5ºC e 10ºC (nunca abaixo de 5ºC sem supervisão)
- Tempo: 5 a 12 minutos (iniciantes podem começar com 2 a 3 minutos)
- Frequência: 2 a 4 vezes por semana, ou após treinos intensos
- Preparação: entre com calma, foque na respiração nasal profunda
- Respiração: controle sua mente através do controle da respiração. Inspire pelo nariz, expire lentamente pela boca.
Pessoas com problemas cardíacos, pressão muito baixa ou doenças vasculares devem consultar um profissional antes. A banheira de gelo não substitui sono, alimentação e treino bem feito, ela potencializa esses pilares.
No final, a banheira de gelo é uma metáfora da vida.
Você entra em um ambiente hostil, sente o desconforto, respira fundo, permanece.
Quando sai, está mais forte, mais consciente, mais presente.
Isso porque o verdadeiro crescimento acontece no "frio". No desconforto.
Na decisão de continuar mesmo quando tudo em você quer parar.
Esse é o lugar onde o corpo acorda, a mente se expande e o espírito se eleva.
Esse é o lugar onde você aprende que vencer não é sobre gritar.
É sobre permanecer.
Deixe seu comentário
O autor da mensagem, e não o UOL, é o responsável pelo comentário. Leia as Regras de Uso do UOL.