Julia Petit elogia GenZ no trabalho: 'Geração que se sente livre pra falar'

Quem de nós nunca enfrentou uma crise no trabalho apenas por ser mulher? Durante a nona edição do Universa Talks, que aconteceu em 17 de maio em São Paulo, Cris Fibe e Cris Guterres se juntaram a Julia Petit, CEO da Sallve, e a Carolina Baracat, diretora global de marketing integrado no TikTok, para uma conversa sobre os desafios das mulheres no mundo profissional

Já que o papo era sobre "Crises na firma", Carol relembrou o início da carreira e dos conselhos que mais pareciam cercear sua autenticidade do que realmente impulsioná-la para o crescimento.

"Eu já ouvi que se eu continuasse me vestindo assim, ou com meu cabelo sem alisar, que eu nunca teria uma carreira. Eu não dei bola. Não deem bola para tudo o que vocês ouvem, porque muitos conselhos são desnecessários", afirmou Carol Baracat.

Cris Guterres, Julia Petit, Carol Baracat e Cris Fibe discutem como está a realidade das mulheres no ambiente de trabalho durante o Universa Talks 2025
Cris Guterres, Julia Petit, Carol Baracat e Cris Fibe discutem como está a realidade das mulheres no ambiente de trabalho durante o Universa Talks 2025 Imagem: Vanessa Bumbeers

Elas também apresentaram uma pesquisa inédita de Universa sobre como o machismo afeta as diferentes gerações de mulheres na vida profissional.

Segundo o levantamento da MindMiners, a geração Z busca por mais flexibilidade e se preocupa mais com o perfil da chefia que as millennials, além de também priorizarem regimes de trabalho que proporcionem mais flexibilidade para suas rotinas.

Para Guterres, essa resultado representa uma vitória no percurso da luta pelos direitos das mulheres. "Os dados mostram que essa geração atual já está vivendo de conquistas que foram feitas na nossa geração [milennial e X] (...) Eu fui assediada sexualmente durante cinco anos no trabalho e eu precisei de 15 anos para entender", afirmou.

Já Julia celebrou o posicionamento mais libertário das mulheres da GenZ. "Finalmente temos uma geração que se sente livre para falar que não está satisfeita e quer outra coisa".

É uma geração que foi formada por mulheres muito preocupadas com seus direitos há muitas décadas. Então é natural que você veja uma geração muito mais esclarecida e com certeza do que quer. As empresas precisam ser atraentes para a geração Z.Julia Petit

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Fibe chamou a atenção para a preocupação da GenZ em analisar o perfil da chefia e da relevância disso para que as mulheres não sejam silenciadas no seu espaço de trabalho.

"Nunca passou pela minha cabeça levar em consideração o perfil da chefia ao entrar em uma empresa. Comecei a trabalhar em 2004 e era muito difícil me posicionar ao ser vítima de um assédio moral. Naquela época a gente chamava de chefe escroto. Mas eu não me posicionava, fui me letrando ao longo do caminho", afirmou.

Sobre a desigualdade de gênero, Carol ressaltou a importância da diversidade para romper com estereótipos e estigmas no mercado de trabalho.

Será que as empresas estão exigindo das mulheres nada que tem a ver com as suas capacidades e competências para entregar resultado? Quando você tem representatividade de qualquer grupo minorizado, é mais fácil identificar e trazer essas conversas para poder trabalhar essas distorções e fazer um ambiente mais igualitário.Carolina Baracat

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