'Quer copiar nosso chip? Toma o modelo', diz diretor da Nvidia sobre rivais
Colunistas de Tilt e Colaboração para Titl
19/06/2025 05h30
(Toda semana, Diogo Cortiz e Helton Simões Gomes conversam sobre tecnologia no podcast Deu Tilt. O programa vai ao ar às terças-feiras no YouTube do UOL, no Spotify, no Deezer e no Apple Podcasts. Nesta semana, os assuntos são: Por dentro da empresa mais valiosa do mundo; como GPU da Nvidia virou queridinha da IA; 'Quer copiar? Toma aqui o modelo', diz Nvidia; O otimismo da Nvidia com o Brasil)
A fama que a Nvidia conquistou nos últimos tempos é de que ela é a maioral quando o assunto é construção de chips para a inteligência artificial. Quem acha que ela guarda sua tecnologia a sete chaves, está redondamente enganado.
Em novo episódio de Deu Tilt, o podcast do UOL para os humanos por trás das máquinas, Márcio Aguiar, diretor-geral da Nvidia para América Latina para assuntos corporativos, conta que se outras empresas quiserem fabricar seus próprios processadores, a Nvidia dá até uma ajuda.
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Quer copiar [o chip]? toma aqui o modelo
Nós somos bondosos, entregamos todo o ouro para a concorrência. ela só vai precisar voltar no tempo e começar a atuar antes da gente pra poder nos superar
Marcio Aguiar
A postura da empresa não se trata de pura bondade. Aguiar ressalta que, em primeiro lugar, eles não têm a capacidade de responder, sozinhos, à crescente demanda de processamento no mercado. A própria Nvidia conta com empresas parceiras para construir seus chips.
Muitas empresas passaram a construir suas GPUs para serem usadas no período de inferência - momento posterior ao treinamento - da IA, também como reflexo desse cenário.
No caso dos chips para treinamento, a Nvidia continua vendendo como água.
A outra ressalva feita por Aguiar é que a fabricação de chips não é uma tarefa tão simples.
Não é para qualquer empresa. Você desenvolver um chip [custa] US$ 4 bilhões, US$ 5 bilhões
Marcio Aguiar
Há um outro fator que traz segurança para a empresa. Como está há mais tempo no ramo, a tecnologia que já desenvolveram está mais avançada, o que a coloca em uma posição de privilégio.
Em março deste ano a gigante de tecnologia anunciou o desenvolvimento de duas novas gerações de GPU da linha Blackwell, a mais potente disponível no mercado.
A Blackwell é composta por um ecossistema robusto que possui GPUs, CPUs, cabeamento de data centers, tecnologia de resfriamento desses espaços, componentes que juntos formam um supercomputador, como explica Aguiar.
Além disso, Aguiar calcula que o mercado tem potencial maior do que a empresa consegue explorar. "Hoje, a gente entrega de 20% a 25% do potencial de mercado, e estamos falando de um mercado de semicondutores de mais de US$ 100 trilhões."
Está no horizonte da empresa fornecer IA para o mundo da robótica, um segmento com potencial de US$ 500 bilhões.
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Data centers estão no centro de uma onda de benefícios fiscais que o governo Lula está prestes a conceder. Em entrevista a Deu Tilt, o podcast do UOL para humanos por trás das máquinas, Marcio Aguiar, diretor-geral da Nvidia para América Latina para assuntos corporativos, com o que a empresa, líder em chips para IA, acha dos movimentos do Brasil para se tornar um hub de processamento de dados.
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Se o mundo vive um frenesi em torno da IA, a culpa é em parte do ChatGPT, que ganhou vida no fim de 2022. O que pouca gente sabe, porém, é que, sem a Nvidia, a OpenAI não teria conseguido colocar o chat na rua. É o que conta Marcio Aguiar.
Nosso CEO desenhou [o primeiro supercomputador de IA] e pensou, 'bom, eu tenho uma demanda computacional que está por vir'. aí uma empresa em san francisco, que era sem fins lucrativos, falou, 'eu quero uma dessas'. ele falou, 'mas, pô, sem fins lucrativos? como eu vou fazer?'. Mas ela foi lá e acreditou na palavra dos engenheiros. essa empresa é a OpenAI, que acabou desenvolvendo o ChatGPT'. Foi o primeiro cliente pra quem o Jensen doou a máquina. Hoje, a história mostrou o que aconteceu
Marcio Aguiar
O executivo conta ainda qual a relação da Nvidia com o DeepSeek, apontado por muitos como um desafio ao modelo de negócio da empresa de chip.
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Da explosão da computação pessoal aos games e passando pela mineração de bitcoin, a Nvidia surfa ondas do mundo da tecnologia desde que foi criada em 1993. A última delas alçou suas GPUs (Unidades de Processamento Gráfico) à condição de peça fundamental no boom da inteligência artificial e fez a norte-americana assumir o posto de companhia mais valiosa do mundo, avaliada em US$ 3,5 trilhões.
Em entrevista a Deu Tilt, o podcast do UOL para os humanos por trás das máquinas, Marcio Aguiar, diretor-geral da Nvidia para a América Latina para assuntos corporativos, conta o que fez da fabricante de chips voltados para processar pesquisas acadêmicas virar a queridinha da IA e revela detalhes de como é trabalhar na empresa que desbancou as Big Tech em valor de mercado.
O VR [vale-refeição] não é bom, mas as ações são excelentes
Marcio Aguiar, diretor-geral da Nvidia para a América Latina para assuntos corporativos
DEU TILT
Toda semana, Diogo Cortiz e Helton Simões Gomes conversam sobre as tecnologias que movimentam os humanos por trás das máquinas. O programa é publicado às terças-feiras no YouTube do UOL e nas plataformas de áudio. Assista ao episódio da semana completo.