Entre bolinhas e coroas: o legado fashion de Diana na era Kate
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Por: Ana Claudia Paixão - via Miscelana
Desde que a Princesa Diana elevou o status de realeza a ícone da moda, ficou desafiador para suas noras e sobrinhas se destacarem à sua sombra. Tanto que, não importa o que vistam, "especialistas" sempre encontram "homenagens", referências ou - simplesmente - cópias. O vestido branco de bolinhas pretas que Catherine, a Princesa de Gales, usou na cerimônia de Ação de Graças na Abadia de Westminster, no 80º aniversário do Dia da Vitória na Europa (VE Day), é um exemplo disso. Dependendo do ângulo e da intenção de quem observa, sempre haverá quem diga que Kate Middleton estava seguindo a cartilha da sogra. Mas será que está mesmo?

Hoje, Catherine é mais do que a nova Princesa de Gales: ela é, de fato, a herdeira fashion de Diana na Família Real. O vestido em questão — branco, de mangas compridas, com bolinhas pretas - é assinado pela estilista Alessandra Rich, e foi complementado com um chapéu floral preto com detalhe de véu e os emblemáticos brincos de pérolas Collingwood, que pertenceram à coleção de Diana. Um visual deslumbrante, pensado para equilibrar solenidade, tradição e imagem pública.
Reciclar também tem sido uma tendência constante da princesa nos últimos tempos - e, curiosamente, isso é visto como uma virtude. A estreia do vestido ocorreu em 2023, também numa cerimônia oficial, quando Catherine o combinou com um chapéu Philip Treacy com penas brancas. Já a versão preta com bolinhas brancas apareceu em 2022, durante uma missa em homenagem ao príncipe Philip.
Catherine é conhecida por seu estilo elegante e atemporal, e os vestidos de bolinhas (polka dots) são uma assinatura recorrente. A origem do nome remonta ao século 19, influenciada pela popularidade da dança polca — embora a relação direta entre o ritmo e o padrão seja nebulosa. O termo foi impresso pela primeira vez em 1867, numa revista feminina americana, e logo virou sinônimo de jovialidade e graça.
Nos anos 1920 e 1930, com a ascensão da moda prêt-à-porter, o visual ganhou leveza e frescor. Já nos anos 1950, nos Estados Unidos do pós-guerra, virou ícone de feminilidade com silhuetas rodadas e cinturas marcadas, imortalizadas por Marilyn Monroe, Elizabeth Taylor e Lucille Ball. Nos anos 1980, voltou com força — e com o endosso da própria Princesa Diana, que adorava a versatilidade do padrão, capaz de ser elegante, sensual, inocente ou provocador dependendo da cor e do corte.
Kate Middleton já usou vestidos de bolinhas em diversas ocasiões simbólicas: no ensaio do casamento real, quando estava grávida do príncipe George (e no dia de sua saída do hospital), além de aparições públicas em Wimbledon, no Royal Ascot e em vários compromissos oficiais ao longo da década.
Não se trata apenas de moda — trata-se de como se constrói uma imagem pública na intersecção entre tradição, memória e identidade. Se as bolinhas evocam Diana, é porque Kate sabe muito bem o que está fazendo.

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