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Nada de mate com limão: agora é o chope a sensação nas areias de Copacabana

Maryana vende chope a partir de R$ 13 Imagem: Luiza Souto

Luiza Souto

Colaboração para Nossa

05/04/2025 05h30

É que "no Rio tem mulata e futebol. Cerveja, chope gelado, muita praia e muito sol?". Se o clássico funk dos anos 90 ganhasse uma versão atual, certamente os MC's incluiriam o endereço — não do baile, mas do trabalho — de Maryana da Silva, 23.

A moradora de Bangu transformou um tonel numa bomba de gasolina vintage e incluiu no vasto cardápio das areias de Copacabana uma cerveja artesanal leve e refrescante, ideia inovadora na cidade.

"Moro no Rio há 45 anos e é a primeira vez que eu vejo algo assim. Carioca que quer trabalhar, é só ter boa vontade. Está de parabéns, viu?", elogia a cearense Inês Maia, 60, enquanto saboreia o chope artesanal da paranaense Colina numa tarde de sábado de outono que teimava em ser verão.

Curiosos registram novidade do chope nas areias de Copacabana Imagem: Luiza Souto

Até outubro do ano passado, Maryana preparava drinques num quiosque na Barra da Tijuca, também zona oeste. O pai, o segurança Fabiano Martins, 47, quem lhe apresentou o mundo cervejeiro. "É a pessoa com quem eu mais bebo na vida", ela conta.

As conversas entre pai e filha durante os goles deram origem ao negócio:

Toda vez que o meu pai está com um copo de cerveja na mão, ele fala sobre o legado que a gente tem que deixar, como ser uma pessoa boa.

Daí veio o nome da marca: Nosso Legado.

Ar-condicionado ligado o dia inteiro

Exceto às quartas e em dias chuvosos, o frequentador de Copacabana que fica entre os postos 4 e 6 agora tem o combo completo: dá para fazer bronzeamento artificial tomando mate com limão, comendo biscoito Globo, açaí, picolé, queijo coalho, quentinhas, milho e agora, tomando chope gelado sem precisar se levantar.

O primo de Maryana, Cézar Martins, ajuda a vendedora nessa empreitada Imagem: Luiza Souto

O sucesso foi tão grande que até os concorrentes aprovaram: "Por ser mulher, eu tive medo da reação das pessoas, de os barraqueiros implicarem comigo, mas me surpreendi. Eles me ajudam e todo mundo se respeita", comemora Maryana, que também atua em eventos, de aniversários a casamento, e agora quer criar uma franquia.

Embora seja uma novidade nas praias cariocas, o formato já existe: durante suas pesquisas, ela achou o modelo de bomba de gasolina sendo usado pelo Nordeste, e por aqui a carioca deu seu toque. O tonel comporta até 50 litros, mas a bebida dura, no máximo, três dias após aberta, para manter a qualidade. Solução? "O chope dorme no ar-condicionado", entrega a vendedora.

Em Ipanema não tem isso?

A costureira Janis Faria provou e repetiu o chope Imagem: Luiza Souto

A alguns quilômetros dali, outras praias já começam a perder pontos no ranking das preferências por conta da novidade. "Ai, esse barril é lindo. Costumo ficar na praia de Ipanema, mas não tem nada. Aqui está muito mais atrativo. Agora com o chope, passarei a vir mais", confessa a costureira Janis Faria, 25, após tomar dois copos em menos de uma hora, com o Pão de Açúcar a sua frente.

A dona de casa Áurea Cristina, 50, concorda: "Estou experimentando agora e é uma novidade que vale a pena."

...no Texas também não

O casal americano Blake Robinson e Jodi Rempel aprovou a novidade Imagem: Luiza Souto

Visitando o Brasil com a namorada, o pesquisador americano Blake Robinson, 31, amou a refrescância da bebida. "Quando você está na praia, não espera que esteja gelada", observa o texano, claramente sem experiência praiana.

Incrível como aqui tudo o que você precisa passa bem na sua frente, admira-se.

Como já disse Vinícius de Moraes: ninguém é carioca em vão.

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