Ednaldo tem trunfo com Ancelotti, mas Justiça segue como ameaça na CBF

A CBF anunciou Carlo Ancelotti, mas Ednaldo Rodrigues ainda não respira aliviado. É que hoje a maior dor de cabeça dele não está em definir os rumos da seleção, mas na expectativa sobre como a Justiça irá responder a respeito do futuro do mandato dele à frente da entidade.

Confirmar o novo técnico da seleção reduz um elemento importante de pressão sobre a CBF. Foram mais de 40 dias de indefinição e uma novela que parecia atropelar os planos de convocação para os jogos pelas Eliminatórias. Sem contar assuntos paralelos, como a cor da camisa da seleção na Copa 2026.

A tacada certeira da CBF, no entanto, não serve para acalmar os opositores de Ednaldo.

Está sob a mesa do Tribunal de Justiça do Rio mais um pedido de afastamento do presidente da CBF.

Essa situação preocupa Ednaldo e seus apoiadores. Quem cerca o presidente o vê já cansado e desgastado com a disputa política.

Expectativa

Eles sabem que de hoje em diante pode sair uma decisão que afaste o dirigente do poder — como já aconteceu em 2023. E, no mínimo, force mais uma disputa política envolvendo recursos em Brasília.

O gancho da confusão é uma das assinaturas de um acorde que, inicialmente, apaziguaria a briga sobre a eleição de Ednaldo, em 2022.

Foi mesmo o Coronel Nunes quem assinou o documento, ao lado de outros ex-dirigentes da CBF? A Justiça ainda não conseguiu uma resposta.

Continua após a publicidade

A audiência marcada para ontem foi cancelada porque a filha do Coronel Nunes disse ao advogado do caso que o ex-cartola não está passando bem.

Inclusive, teria ido a São Paulo para avaliação clínica no Hospital Albert Einstein.

Fim do exílio

Logo depois, veio mais um pedido na Justiça de um dos vices, Fernando Sarney, para que Ednaldo seja afastado.

O desejo de Sarney, que vem ao Rio hoje, é que ele mesmo seja apontado interventor na CBF, após o eventual afastamento de Ednaldo.

Provocado, o desembargador Gabriel Zefiro, relator do caso no TJ-RJ, deve se manifestar em breve. É por isso que há um ar de suspense nos corredores da CBF e no círculo da oposição.

Continua após a publicidade

Ednaldo também é alvo de denúncias na Comissão de Ética do Futebol Brasileiro. Mas a expectativa ali é mais tranquila, pelo vínculo político e financeiro com a CBF — embora o órgão, em tese, seja independente.

Foi a comissão de ética que afastou Rogério Caboclo, por exemplo. Mas porque havia um contexto político que trouxe à luz o caso de assédio protagonizado pelo então presidente da CBF contra uma secretária.

Agora, a vontade política de derrubar Ednaldo (ainda) é externa à CBF. Embora Sarney ainda tenha mandato e seja um dos VPs da gestão atual. Só que vive "exilado" no Maranhão. Ou melhor, vivia.

Deixe seu comentário

O autor da mensagem, e não o UOL, é o responsável pelo comentário. Leia as Regras de Uso do UOL.

OSZAR »