O time sensação da temporada até aqui

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O Bahia de Rogério Ceni é o time desse começo de temporada. Leve, ousado, criativo, rápido, driblador e um pouco amalucado. Com o perdão dos que gostam do futebol conservador e controlador, para mim o jogo precisa dar algum espaço à loucura - e o Bahia faz isso com competência.
O Bahia não é um time tão sólido como o Palmeiras ou tão organizado como o Flamengo, e isso é usado como crítica por alguns. Eu argumentaria que existe mais de uma maneira de jogar bem e Ceni encontrou uma nova fórmula com o seu Bahia.
Dois laterais que apoiam pelos lados e também fazem o facão - Gilberto e Luciano Juba - um meia de criação - Everton Ribeiro - e volantes que poderiam perfeitamente ser meias - Caio Alexandre e Jean Lucas. Um ataque arretado com sotaque baiano, cheio de opções e bem gerenciado pelo treinador. Os defensores saem para o jogo e aparecem na área. Um time orientado para atacar e pressionar.
Naturalmente, se a estratégia é atacar e atacar e atacar vai existir espaço para ser contra-atacado. O Bahia sai para o jogo e recusa o posicionamento exclusivamente defensivo. Quando é muito atacado, como foi contra o Palmeiras, o time é obrigado a recuar e nesse momento mostra que também sabe fazer a transição de forma rápida. Tem drible, tem criatividade, tem coragem de sobra. Quem viu o jogo contra o Botafogo pela 7º rodada do Brasileirão compreendeu tudo: eletrizante.
Classificação e jogos
O Bahia está longe de ser impenetrável, e isso eu considero uma qualidade. Um time que opta pela ofensividade vai ter que, ao longo de uma partida, saber correr para trás. É futebol. É jogo para fazer a gente sentir e se emocionar. O Bahia tem feito isso.
Contra o Botafogo, mesmo sem Gilberto, o time estava abençoado por uma torcida em transe. É um diálogo feito entre campo e arquibancada. O time se mostra corajoso e ofensivo, a torcida reage, o time cresce, a torcida vem junto. Todos os jogos do Bahia nessa temporada oferecem um espetáculo a quem assiste. O tropeço contra o Cruzeiro pelo Brasileiro - perdeu por 3 a 0 - entra na conta do processo de um time em busca de uma identidade. É o trabalho mais autoral de Ceni, um treinador jovem que mostra ter desenvolvido seus métodos no comando do time baiano.
O ano já teve conquista de uma vaga na Libertadores, vitória fora de casa contra o Nacional e, pelo Brasileiro, também fora contra o Palmeiras. O Bahia lidera o grupo da morte na Libertadores - Inter, Nacional do Uruguai e Atlético Nacional da Colômbia - e está em 5º no Brasileiro. Um ano até aqui memorável. Tem sido bom demais ver o Bahia jogar.
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