Baixa coleta é gargalo para expansão da indústria da reciclagem no Brasil

Ler resumo da notícia
Apenas 32% dos municípios brasileiros têm coleta seletiva, de acordo com os dados mais recentes sobre Manejo dos Resíduos Sólidos Urbanos do Ministério das Cidades. Esse é um dos maiores gargalos para o aumento da taxa de reciclagem no Brasil.
A Abrema (Associação Brasileira de Resíduos e Meio Ambiente) estima que apenas 8,3% das 80 milhões de toneladas de resíduos sólidos urbanos gerados em 2023 no país foram destinadas à reciclagem. Desse total, 67,2% vieram da coleta informal por catadores, figuras centrais para essa indústria.
"Para as indústrias de reciclagem de plástico PET, cuja demanda é alta, a coleta não é suficiente para atender à demanda industrial", explica o professor Armando Borges de Castilhos Júnior, professor de Engenharia Sanitária e Ambiental da UFSC (Universidade Federal de Santa Catarina).
Por outro lado, outros países possuem uma cadeia consolidada que permite a exportação desses resíduos. "Os países desenvolvidos possuem políticas sólidas para destinar seus resíduos para outros mercados, muitas vezes a preços muito baixos. Enquanto poderíamos investir na reciclagem dos nossos próprios resíduos, acabamos recebendo materiais de fora", diz Vinicius Silveira, Presidente Global Institucional da Ambipar.
É por isso que muitas empresas optam por importar o material que será reciclado. "Às vezes, é mais barato importar o resíduo do que trazer de uma região aqui do Brasil. Por exemplo, se você tiver um resíduo reciclável que está no Amazonas, trazer para São Paulo é muito mais caro do que importar. A logística no país é muito cara", explica Clineu Alvarenga, presidente do Inesfa (Instituto Nacional da Reciclagem).
Uma das medidas para fortalecer a economia circular e incentivar a reutilização de resíduos gerados internamente foi a proibição da importação de resíduos sólidos e rejeitos no Brasil, incluindo papel, plástico, vidro e metal, com a lei 15.088. Até então, a Política Nacional de Resíduos Sólidos só proibia a importação de resíduos sólidos perigosos.
Reciclagem não é bala de prata
Apesar dos estímulos à reciclagem, nem tudo pode ser facilmente reciclado. É o caso dos plásticos, cuja baixa reciclabilidade é um desafio para o setor.
A cada ano, o mundo produz cerca de 400 milhões de toneladas de resíduos plásticos, muitos dos quais são descartados após um único uso. A estimativa das principais instituições ligadas ao meio ambiente é de que apenas 9% de todo o plástico produzido no mundo passe, de fato, pelo processo de reciclagem.
As chamadas embalagens flexíveis de peso leve, descartáveis e compostas por multicamadas, como as utilizadas em pacotes de batatas chips ou barras de chocolate, representam 40% das embalagens de plástico em todo o mundo. Parte do problema são as multicamadas que às vezes incluem uma película, o que encarece separar os materiais em partes recicláveis. Essas embalagens são, normalmente, "supercontaminadas" com restos de alimentos desperdiçados, o que as torna impossíveis de reciclar.
Existem sete tipos principais de plástico. Para identificar o tipo, basta procurar o símbolo composto por um triângulo com três flechas girando no sentido horário. Os números de 1 a 7 no meio dos triângulos são códigos mundiais de identificação do tipo de resina e comunicam a partir de qual polímero o produto foi fabricado.
Tem dúvidas sobre reciclagem? Pergunte ao chatbot
Descubra de maneira dinâmica e interativa o que fazer com os resíduos domésticos. Você sabe como descartar embalagem de delivery? E papel de bala, vale a pena reciclar? Papel alumínio é papel ou metal? Nosso robô responde e explica a importância do descarte correto. O chatbot de reciclagem do UOL utiliza inteligência artificial e um extenso banco de dados elaborado pela redação de Ecoa para entregar as respostas. Use acima.
Mas atenção: a ferramenta foi testada e aprovada pela redação. Porém, como toda IA, não é imune a erros e pode apresentar falhas. Em caso de dúvidas mais complexas, é aconselhável procurar um especialista para tirar dúvidas. O chatbot tem fins informativos e não configura aconselhamento formal.
(Com informações de agências internacionais)
Deixe seu comentário
O autor da mensagem, e não o UOL, é o responsável pelo comentário. Leia as Regras de Uso do UOL.