Por que o XC90 é o melhor custo-benefício no topo da 'cadeia alimentar'

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Ele não é o mais rápido, nem o com menor preço, muito menos aquele que apresenta o melhor acabamento. Porém, vai bem em quase todos os aspectos. Por isso, o Volvo XC90 é o melhor custo-benefício no topo da cadeia alimentar dos automóveis. Ou seja: se destaca no segmento de SUVs grandes de luxo.
O XC90 faz parte do grupo que tem o BMW X5, o Mercedes-Benz GLE, o Audi Q7, o Lexus RX e o Range Rover Sport, entre outros. Há categorias acima desta quando o assunto é luxo, mas composta apenas por modelos acima de R$ 1 milhão, com vendas muito limitadas (entre eles, X7, Range Rover, DBX, Purosangue e Huracan).
Pode-se dizer que esses estão no topo da cadeia alimentar da emoção. Já na racional, o cliente vai olhar mais para o grupo do qual faz parte o XC90. Aliás, nem era para o modelo estar mais aqui. Seu sucessor, inclusive, já chegou ao Brasil. É o elétrico EX90.

Porém, no fim do ano passado, a Volvo mudou tudo. Desistiu de ter apenas elétricos, e também de fazer do EX90 o sucessor do veterano. Por isso, providenciou uma atualização na linha XC90 (cuja atual geração já bateu os 10 anos de idade), para garantir sobrevida.
Assim, o XC90 ganhou reestilização e uma renovada central multimídia (e, aqui, uma opinião: eu gostava mais da antiga). E assim o modelo deve ficar até que a Volvo desenvolva uma nova geração de um SUV topo de linha que não tenha apenas motor elétrico. Mas por que ele tem o melhor custo-benefício? Vamos analisar abaixo.
Concorrentes

O XC90 parte de R$ 640 mil na versão Plus e vai a R$ 690 mil na Ultra. Há ainda a Ultra Black, com a mesma lista de equipamentos e um acabamento diferente, além de detalhes escurecidos. Custa R$ 700 mil.
O modelo não é o mais barato da categoria. Este posto fica com o Lexus RX, que na sua versão híbrida plug-in sai por R$ 610 mil. Ele também é candidato a dono do melhor custo-benefício. Mas fato é que perde feio para o XC90 em potência e desempenho. Com 308 cv combinados, vai de 0 a 100 km/h em 6,5 segundos.
O XC90 tem 462 cv de potência e acelera de 0 a 100 km/h em 5,3 segundos. E por falar em tecnologia híbrida plug-in, ela também está disponível em modelos como X5 e Range Rover Sport. O Q7 e o GLE não têm esse sistema no Brasil.
Vamos então aos preços desses modelos? O X5 começa em R$ 786 mil na versão XLine (equivalente à Plus) e vai a R$ 838 mil na MSport (rival da Ultra). Já o Range Rover Sport passa de R$ 1,1 milhão.

O Q7 tem preço semelhante ao do XC90 Ultra. Em única versão, custa R$ 692 mil (mas com 340 cv e sem sistema plug-in). O GLE, também em catálogo único, sai por R$ 890 mil.
O Volvo também não é o mais rápido. O BMW X5, por exemplo, tem 490 cv e vai de 0 a 100 km/h em 4,8 segundos. Mas compare seus preço, e até o dos outros modelos (inclusive os mais lentos), com o do XC90.
Destaques

Mesmo sem ser o melhor em nenhum aspecto, o XC90 se destaca em tudo o que é essencial nesse segmento. Quando os rivais falham (seja em desempenho ou tecnologia), ele sempre está ali para acertar. Some a tudo isso o fato de ter sete lugares - que, além do Volvo, só o Q7 oferece.
Entre os destaques do XC90 há coisas que já estavam aí antes da reestilização. Aliás, ele passou pela última grande atualização em 2022. O sistema semiautônomo de condução é um dos melhores do mundo, capaz de ler e contornar com precisão até curvas bem travadas.
A tela da central multimídia continua sendo vertical, mas não mais integrada ao painel. Até ficou mais rápida, mas a verdade é que o sistema operacional anterior da Volvo (antes da adoção do Google) era mais fácil de usar. O XC90, aliás, foi o último a perdê-lo.
Por meio dessa central, dá para conectar a conta Google e já ter acesso a todos os principais apps, como Waze e Spotify (até por isso, não há Android Auto, o que na minha opinão é uma falha. Ideal seria ter os dois). Apple CarPlay, por sua vez, traz conexão sem fio.

Também se destaca a câmera 360 com vista aérea, excelente recurso para ajudar nas manobras de estacionamento desse carro com quase 5 metros de comprimento. O porta-malas é generoso, e dá para acomodar pelo menos uma mala média (23 kg) e uma pequena (10 kg) mesmo com os sete lugares em uso.
Há também teto solar panorâmico, aquecimento e resfriamento para os bancos, massagem e um poderoso sistema de som Bowers & Wilkins. Como ponto negativo, aponto a ausência de ajuste elétrico da coluna da direção, obrigatório nessa categoria.
O acabamento, apesar de excelente e com detalhes como alavanca do câmbio de cristal, fica um pouco atrás do da concorrência no quesito luxo. Já a dirigibilidade é muito focada no conforto. Falta um pouco de firmeza na suspensão em algumas situações (esta, aliás, é a ar a partir da versão Ultra).
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