Existe dieta específica para quem está com H. pylori no estômago?

A H. pylori, ou Helicobacter pylori, é um tipo de bactéria que entra no organismo e se aloja no trato digestivo. Depois de muitos anos, provoca desconfortos estomacais como gastrite e feridas, chamadas de úlceras, no revestimento do estômago ou na parte superior do intestino delgado.

Existe dieta específica para quem tem H. pylori?

Não. Mas há algumas recomendações para as pessoas que apresentam lesões causadas por essa bactéria, ou seja, com gastrites ou úlceras.

Nesses casos, deve-se evitar alimentos condimentados, pimenta, molho de tomate, frituras e itens gordurosos. Prefira sempre uma alimentação balanceada com legumes, verduras, carnes magras, cereais e alimentos in natura. O uso de café também deve ser moderado.

Durante o tratamento da erradicação da bactéria, probióticos podem ser usados evitar gases e diarreias, sintomas comuns no uso de antibióticos.

Tomar chá de espinheira-santa também pode ajudar, pois a erva possui propriedades antimicrobianas que inibem o crescimento de bactérias no trato gastrointestinal, como o H. pylori, melhorando os sintomas dessa condição.

Mas é preciso fazer um tratamento medicamentoso

Por ser uma bactéria, o tratamento consiste na administração de antibióticos, associados a uma classe de medicamentos chamada de inibidores da bomba de prótons (como omeprazol, pantoprazol), que diminuem a acidez do estômago. Os fármacos devem ser usados por cerca de uma semana até 14 dias.

Após o tratamento, deve-se esperar algumas semanas e fazer novo teste para avaliar se a bactéria foi erradicada. Caso a pessoa ainda apresente H. pylori, um novo tratamento deverá ser indicado. Na maioria dos casos, apenas uma rodada de antibióticos é necessária para eliminar a infecção.

Bactéria nem sempre provoca doenças

Estima-se que a H. pylori esteja presente em cerca de 40% da população adulta, mas nem sempre provoca doenças ou complicações. No entanto, algumas pessoas são mais predispostas a desenvolver lesões no estômago, quando infectadas por essa bactéria. Segundo a OMS (Organização Mundial da Saúde), ela é um agente carcinogênico, ou seja, em alguns casos, pode ser fator de risco para o câncer de estômago.

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A infecção pelo patógeno ocorre com mais frequência na infância, antes dos 10 anos. O baixo nível socioeconômico, acompanhado de condições de habitação e higiene inadequados, facilitam o surgimento do problema.

Já a transmissão ocorre ao entrar em contato com fezes, saliva, alimentos e água contaminados. Pode ser transmitida de pessoa para pessoa, principalmente quando as mãos não são lavadas adequadamente após a evacuação ou ao compartilhar objetos pessoais como talheres e copos. É importante ainda ter cuidado na manutenção e preparação dos alimentos para evitar a contaminação.

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Imagem: iStock

Como descobrir que está com H. pylori?

Na maioria das vezes, o diagnóstico é realizado por meio da endoscopia digestiva alta, quando se retiram pequenos fragmentos da parede do estômago para avaliar a presença da bactéria com um microscópio, após o preparo do material. Esse exame é popularmente conhecido como biópsia.

Porém, existem outras maneiras de detectar a infecção pela H. pylori. Ainda pela endoscopia, é possível fazer o chamado teste da urease, quando se retira um pequeno fragmento da parede do estômago e se coloca dentro de um pequeno frasco com um líquido transparente, contendo a ureia.

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Um terceiro exame é o teste respiratório, que é realizado após a administração oral de um suco de fruta e de um comprimido com ureia marcada com carbono-13, que é uma substância sem cheiro, sem gosto e que não traz riscos à saúde. Trata-se de um exame de maior custo e não é tão acessível.

Exames de fezes e sangue também poderão ser solicitados para verificar a presença da H. pylori no organismo ou anticorpos atuando contra a bactéria.

*Com informações de reportagens publicadas em 27/01/2025 e 11/09/2024

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