'Congelou': Eliana teve problema no ombro durante menopausa; qual relação?

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A apresentadora Eliana, 52, contou que precisou ser submetida a uma cirurgia em 2024 devido a um problema no ombro que apareceu durante a menopausa. Ela fez a revelação no podcast PodDelas.
"Eu tive um congelamento no ombro. Há um ano, eu estava fazendo a minha transição profissional, ninguém percebeu, mas quem convivia comigo todos os dias sabia. Eu não conseguia levantar o braço. O meu ombro congelou e o meu braço grudou no meu corpo", contou no programa.
O que aconteceu
Doença é conhecida como capsulite adesiva. Condição causa perda progressiva do movimento na região do ombro, além de causar dor.
Problema é dividido em três etapas. Na primeira fase há dor forte que piora com movimentação; na segunda, diminuição progressiva dos movimentos e rigidez; na terceira há o "descongelamento": o ombro vai progressivamente retornando ao normal.
Pode ser leve, moderada e grave. Quando é grave, a atrofia no ombro pode afetar outras partes do corpo, segundo o ortopedista Jean Klay, diretor da SBCOC (Sociedade Brasileira de Cirurgia do Ombro e Cotovelo). "Isso gera uma sobrecarga nas outras articulações porque, como o ombro não está funcionando bem, cotovelo, punho, mão e dedos são forçados. Então é comum que o paciente tenha dor nessas regiões e na cervical."
Relação com a menopausa não é direta. De acordo com ortopedista, queda abrupta dos hormônios nesta fase pode contribuir para o desenvolvimento da doença. "No entanto, a relação não está muito bem estabelecida ainda", explica. Por outro lado, a capsulite adesiva tem uma ligação com a saúde mental —pessoas mais ansiosas, preocupadas ou estressadas têm mais risco de desenvolver o "ombro congelado". "Na menopausa, as mulheres podem sentir essa mudança no humor, com níveis mais altos de tensão ou ansiedade", diz o médico.
Condição acomete mulheres dos 30 aos 50 anos. "De 20% a 30% dos pacientes têm a doença na sua forma bilateral, ou seja, nos dois ombros. Normalmente, são em momentos diferentes, mas também existem casos de você ter uma doença ao mesmo tempo", fala Klay.
É uma doença cuja incidência é relativamente alta, de 1% a 2% da população [geral], portanto é uma queixa importante de dor no ombro. Jean Klay, ortopedista
Fatores de risco envolvem traumas na região. De acordo com o Instituto Nacional de Traumatologia e Ortopedia, condição pode ser secundária a alguma lesão no ombro, como uma ruptura de tendão, um simples traumatismo ou uma cirurgia no ombro.
Ortopedista cita outras condições que podem desencadear a doença. Na lista, há diabetes, problemas relacionados à tireoide e níveis elevados de colesterol.
Tratamento nem sempre é cirúrgico. Inicialmente, problema pode ser tratado com fisioterapia e diversas medicações. "Cirurgia é uma exceção na maioria dos casos, porque essa doença, apesar de lenta e demorada, costuma ser autolimitada", explica. A duração da capsulite adesiva pode variar de seis meses a dois anos, mas, geralmente, tende a passar com o tempo.
É muito difícil falar em prevenção, mas de um modo geral é fazer atividade física e também cuidar da saúde mental, combatendo estresse, ansiedade. São medidas interessantes para você tentar prevenir essa doença. Jean Klay, ortopedista
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