Do ritual à crise: 'Habemus Papam' explora o dilema de um papa relutante

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A tradicional expressão em latim "Habemus Papam", proferida hoje, após a eleição do cardeal Robert Francis Prevost como novo papa, não marca somente um momento histórico para a Igreja Católica - também dá título a uma das obras mais instigantes do cinema sobre os dilemas do pontificado.
Enquanto "Conclave" (2024), filme recente estrelado por Ralph Fiennes, ganhou atenção por seu rigor na representação dos ritos eclesiásticos, "Habemus Papam" (2011), do italiano Nanni Moretti, opta por uma abordagem mais humanizada e satírica, explorando as angústias de um papa relutante.
O que aconteceu
Dirigido e coestrelado por Moretti, o longa acompanha o cardeal Melville (Michel Piccoli), eleito inesperadamente em um conclave marcado por divisões. No entanto, em vez de celebrar sua ascensão, o novo pontífice entra em colapso psicológico momentos antes de sua aparição na sacada do Vaticano.
A recusa em assumir o cargo desencadeia uma crise institucional - e uma busca por respostas que mistura humor ácido e reflexão existencial.
Enquanto cardeais desesperados contratam um psicanalista (Moretti) para tratar o papa, Melville foge para as ruas de Roma, questionando sua fé e vocação.
Diferente de "Dois Papas" (2019), que dramatiza conflitos teológicos entre Bento 16 e Francisco, o filme de Moretti evita figuras reais, usando a ficção para questionar o peso simbólico do papado - e a solidão do homem por trás do título.
"Habemus Papam" está disponível do Prime Video.
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