Copenhague em 1º: veja lista das melhores (e piores) cidades para se viver

Copenhague, na Dinamarca, desbancou a "Cidade dos Sonhos" —como é conhecida a capital austríaca Viena— após três anos de hegemonia no topo da lista das melhores cidades do mundo para se viver, revelou a recém-divulgada edição de 2025 do "The Global Liveability Index" (Índice de Habitabilidade Global, em tradução livre) realizado pelo núcleo de inteligência da revista britânica The Economist.

As 10 melhores cidades para se viver no mundo todo

1ª: Copenhague, na Dinamarca - Média: 98

2ª: Viena, na Áustria/Zurique, na Suíça - Média: 97,1 (empatadas)

4ª: Melbourne, na Austrália - Média: 97

5ª: Genebra, na Suíça - Média: 96,8

6ª: Sydney, na Austrália - Média: 96,6

7ª: Osaka, no Japão/Auckland, na Nova Zelândia - Média: 96 (empatadas)

9ª: Adelaide, na Austrália - Média: 95,9

10ª: Vancouver, no Canadá - Média: 95,8

Continua após a publicidade

Briga pelo pódio é questão de paz

A metrópole dinamarquesa atingiu a nota máxima, 100, nos quesitos de estabilidade, educação e infraestrutura, se tornando a cidade mais confortável do mundo para seus moradores. Sua altíssima média em todos os quesitos analisados, inatingível para outros destinos, foi de 98 pontos. Em comparação, a média mundial foi de 76,1, o que representou uma continuidade da tendência global de queda na estabilidade, provocada por guerras e conflitos.

Viena havia recuperado o primeiro lugar no pódio mundial em 2022 após perder posições em 2021, devido às políticas de contenção da pandemia que envolveram lockdowns e proibição da entrada de turistas, e o dominava desde então. Antes do escorregão pandêmico, a cidade ocupou a liderança do ranking por oito anos consecutivos.

Copenhague
Copenhague Imagem: Guo Junjun/Creative Commons

Agora, ela volta a ser superada por Copenhague por perder pontos no quesito estabilidade após duas tentativas frustradas de ataques terroristas no último ano, a primeira em um show da cantora Taylor Swift e a segunda em uma estação de trem. Mesmo assim, divide o segundo lugar com Zurique. A paz na capital dinamarquesa, portanto, é seu bem mais valioso em 2025.

Mercado da Rathausplatz, em Viena: Nem mesmo a vibrante vida cultural da cidade conseguiu superar a de Copenhague
Mercado da Rathausplatz, em Viena: Nem mesmo a vibrante vida cultural da cidade conseguiu superar a de Copenhague Imagem: WienTourismus/Christian Stemper
Continua após a publicidade

A hegemonia europeia no top 10 ganhou competição à altura: para as quatro cidades do Velho Continente na lista, há outras quatro na Oceania, embora em posições inferiores. A Ásia teve uma representante, enquanto as Américas tiveram outra.

Destinos menores mantiveram sua tendência de melhor performance no índice: apenas três cidades do top 20 têm mais do que seis milhões de moradores, entre elas a maior do mundo, Tóquio, em 13º. Gigantes como Londres e Nova York ocupam posições longínquas, em 54º e 69º lugar, respectivamente. O motivo? Mais uma vez, os altos níveis de criminalidade, as ameaças de terrorismo, além do trânsito congestionado das megalópoles prejudicam a qualidade de vida de seus residentes.

Austrália é destaque

Mais do que qualquer outra nação, a Austrália emplacou três cidades no top 10: Melbourne em 4º, Sydney em 6º e Adelaide em 9º lugar. Seu grande ponto forte, além da educação (nota 100 em todas as cidades da lista), foi a ótima qualidade do serviço de saúde local. A Suíça emplacou duas no top 5 (Zurique em 2º e Genebra em 5º), graças ao mesmo desempenho nos dois itens.

Smith Street, em Melbourne, na Austrália: País é um dos melhores para se viver no mundo
Smith Street, em Melbourne, na Austrália: País é um dos melhores para se viver no mundo Imagem: Josie Withers/Time Out

Apesar de não passarem perto das primeiras colocações, cidades nos Emirados Árabes Unidos e na Arábia Saudita, assim como outras no Norte da África, foram destacadas pelo relatório pelos mais expressivos crescimentos dos últimos anos, justamente por melhoras na saúde e educação.

Continua após a publicidade

O programa saudita Vision 2030, em específico, que tem como o objetivo a redução da dependência do país do petróleo, ajudou a cidade-resort de Al Khobar a conquistar o maior salto internacional do último ano: foram 13 posições, chegando ao 135º lugar.

Europa e Canadá são grandes "perdedores"

Destinos na Europa Ocidental, especialmente no Reino Unido —como Londres, Manchester e Edimburgo—, curiosamente também estão entre as que mais perderam posições em 2025, por protestos e tumultos, além do aumento de pessoas em situação de rua. O continente segue sendo um polo de boas condições de vida, como as vencedoras deste ano apontam, mas há destinos que já sofrem transformações. Uma única cidade europeia teve média menor de 80: Atenas, na Grécia.

Fazem companhia a elas ainda duas cidades canadenses que eram figurinhas carimbadas do top 10 nos últimos anos: Toronto e Calgary, esta última a maior perdedora do ano, que caiu 18 posições em relação a 2024. Todas as cidades do país perderam expressivamente pontuações no quesito saúde em 2025, além de passarem por faltas de moradias para todos. Segue no top 10 apenas Vancouver este ano.

Yonge Street, Toronto: O Canadá dominou o top 10 como o único país com três cidades entre as melhores do mundo para se viver
Yonge Street, Toronto: O Canadá dominou o top 10 como o único país com três cidades entre as melhores do mundo para se viver Imagem: Reprodução/Tripadvisor

Apesar disso, cidades na América do Norte seguem como lugares procurados para se morar bem, com todas as 21 elencadas nos grupos de melhores condições de vida —com pontuação acima de 80.

Continua após a publicidade

Já a Ásia é apenas a terceira melhor região do globo para se viver, com locais de padrões muito diferentes de qualidade de vida. Quase metade de seus 20 melhores destinos está localizado na Ásia Oriental e na Australásia. O sul asiático tem muitas representantes entre os menores índices, graças à alta poluição e temperaturas.

Onde estão os piores lugares para se viver

As três piores cidades para se viver no mundo são Daca, em Bangladesh, Trípoli, na Líbia, e Damasco, na Síria. A capital síria segue há anos na traseira da lista internacional, mas a Economist apontou que a derrubada do governo de Bashar al-Assad em dezembro e a decisão americana de remover sanções econômicas ao país devem se refletir positivamente na próxima edição do ranking.

Já Kiev, a capital ucraniana, que foi desconsiderada da lista de 2022 devido à invasão pela Rússia em fevereiro daquele ano, segue desde 2023 como a nona pior cidade do mundo graças ao impacto da guerra.

A Praça da Independência em Kiev antes e depois da guerra: o impacto da invasão russa colocou a capital ucraniana entre as piores cidades para viver no mundo
A Praça da Independência em Kiev antes e depois da guerra: o impacto da invasão russa colocou a capital ucraniana entre as piores cidades para viver no mundo Imagem: Getty Images/Reuters

A publicação ainda apontou que Teerã, no Irã, que escapou os 10 últimos lugares por pouco em 2025 pode se juntar a eles em 2026 por causa dos bombardeios israelenses. Os confrontos recentes na Caxemira também reduziram as notas de estabilidade de cinco cidades indianas da lista e impactaram a performance da paquistanesa Carachi. Caso as tensões permaneçam, o desempenho delas pode sofrer novamente no próximo ano.

Continua após a publicidade

Apesar de não detalhar o desempenho costumeiramente mediano das cidades sul-americanas, a lista das piores deste ano contemplou uma vizinha do Brasil: a capital venezuelana Caracas, a 10ª cidade que pior trata seus moradores em todo o mundo.

Para determinar o seu ranking final, 173 metrópoles internacionais foram estudadas por analistas da publicação e colaboradores locais no período entre 13 de fevereiro de 2022 e 12 de março de 2023, em que receberam notas após uma avaliação de 30 fatores em cinco categorias, incluindo estabilidade e saúde, infraestrutura, cultura e educação.

As 10 piores cidades para se viver

164ª: Caracas, na Venezuela - Média: 44,9

165ª: Kiev, na Ucrânia - Média: 44,5

166ª: Port Moresby, em Papua-Nova Guiné - Média: 44,1

Continua após a publicidade

167ª: Harare, no Zimbábue - Média: 43,8

168ª: Lagos, na Nigéria - Média: 43,5

169ª: Argel, na Argélia - Média: 42,8

170ª: Carachi, no Paquistão - Média: 42,7

171ª: Daca, em Bangladesh - Média: 41,7

172ª: Trípoli, na Líbia - Média: 40,1

Continua após a publicidade

173ª: Damasco, na Síria - Média: 30,7

Deixe seu comentário

O autor da mensagem, e não o UOL, é o responsável pelo comentário. Leia as Regras de Uso do UOL.

OSZAR »