Bobadilla se pronuncia após acusação de xenofobia: 'Nunca quis discriminar'

O volante Bobadilla, do São Paulo, se pronunciou em suas redes sociais após ser acusado de xenofobia pelo lateral Miguel Navarro, do Talleres (ARG), durante o jogo de ontem pela Libertadores.

Olá pessoal. Estou aqui para falar um pouco sobre o que aconteceu ontem à noite. Bom, primeiro foi uma partida muito disputada, um clima tenso durante toda a partida. Depois do nosso segundo gol, tive algumas discussões com jogadores do Talleres, nas quais primeiro fui ofendido e tratado com um pouco de desdém. Nunca tive a intenção de discriminar ninguém. No calor do momento reagi mal e peço desculpas publicamente. Se eu tiver a oportunidade de falar com ele pessoalmente, também pedirei desculpas. Mas enfim, só queria deixar isso claro e mando um abraço a todos.

Bobadilla

O que diz o São Paulo

Inicialmente, o UOL apurou que São Paulo decidiu não se manifestar sobre o caso até que todas as informações sejam esclarecidas. O clube não impediu que a Polícia entrasse no vestiário para procurar por Bobadilla ontem depois do jogo, mas o paraguaio já havia deixado o local.

Na tarde de hoje, o clube paulista informou que "está acompanhando atentamente a apuração dos fatos" e "providenciará que Bobadilla seja devidamente orientado por meio de medidas educativas que serão conduzidas pela área de compliance".

Veja a nota na íntegra

O São Paulo Futebol Clube, por meio desta nota oficial, reafirma seu compromisso com os princípios de respeito, igualdade e inclusão, pilares fundamentais que norteiam suas atividades esportivas e institucionais.

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Em face dos acontecimentos ocorridos durante a partida contra o Club Atlético Talleres, válida pela CONMEBOL Libertadores, o Clube informa que está acompanhando atentamente a apuração dos fatos pelas autoridades competentes, colaborando integralmente com as investigações em curso.

O São Paulo FC reitera que repudia veementemente qualquer manifestação de discriminação, preconceito ou intolerância, seja ela de natureza racial, étnica, nacional ou de qualquer outra forma.

O Clube permanece à disposição das autoridades e das entidades esportivas para quaisquer esclarecimentos adicionais e reforça seu compromisso contínuo com a promoção de um ambiente esportivo pautado pelo respeito mútuo e pela dignidade humana.

Em relação ao nosso atleta Bobadilla, que, ao longo de sua carreira, não apresentou histórico de conduta disciplinar negativa - ao contrário, sempre pautou sua trajetória pelo profissionalismo - entendemos ser fundamental que o Clube ofereça suporte institucional. O Clube providenciará que ele seja devidamente orientado por meio de medidas educativas que serão conduzidas pela área de compliance.

Entenda o caso

O paraguaio foi acusado por Navarro de proferir as seguintes palavras: "venezuelano morto de fome". O jogador do Talleres chorou bastante em campo e quis deixar o gramado, mas não havia mais substituições a serem feitas.

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Navarro foi à Polícia e ao Jecrim (Juizado Especial Criminal) ainda dentro do Morumbis registrar um Boletim de Ocorrência contra Bobadilla. A Polícia chegou a buscar o paraguaio no vestiário são-paulino, mas ele já havia deixado o estádio.

Bobadilla é aguardado pela Polícia para prestar depoimento sobre o caso. A Polícia convocou uma coletiva de imprensa para hoje para falar sobre a ocorrência.

Os policiais também ouviram dois jogadores do Talleres, Lautaro Nahuel Bustos e Marcos Ezequiel Portillo, como testemunhas. Além disso, as autoridades colheram o depoimento do árbitro responsável pela partida, Piero Maza Gomez.

No elenco do São Paulo, Nahuel Ferraresi, amigo próximo de Bobadilla, também é venezuelano. Navarro afirmou que tanto Ferraresi quanto Arboleda teriam ficado do lado dele ainda no gramado.

Depois do ocorrido em campo, o árbitro da partida orientou Bobadilla a descer para o vestiário logo após o apito final para evitar mais confusões. Ele ainda estava no vestiário quando os demais atletas desceram, mas não mais depois do depoimento, que ocorreu cerca de 20 minutos após o término do duelo

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