Giay vira exemplo no Palmeiras, dá volta por cima e explica nova fase

O lateral direito Agustín Giay vive uma vida totalmente diferente no Palmeiras: o argentino de 21 anos ficou mais de dois meses sem entrar em campo durante o Paulistão. Hoje, é titular do time de Abel Ferreira e um dos mais queridos da torcida — o defensor teve uma sequência de oito jogos como titular e foi preservado no último jogo contra o Bolívar.

Em sua primeira entrevista exclusiva no Brasil, Giay falou ao UOL sobre os jogos em que não foi aproveitado, o momento importante que vive no Alviverde e como tem sido sua adaptação ao futebol brasileiro.

O que ele disse

Eu precisava de tempo. Quando eu cheguei aqui no Brasil, nós estávamos jogando a Libertadores, Copa do Brasil, Brasileirão, viajando daqui para lá. Na Argentina não era assim, um jogo por semana. Muito diferente. Com o tempo, tudo vai se acomodando, você vai treinando, conhecendo seus companheiros e tomando confiança, que é o mais importante para todo jogador. Agustín Giay

Giay chegou ao Palmeiras com 20 anos, no meio do ano passado, e seu segundo jogo pelo Alviverde já foi duríssimo: segurar o Flamengo no Maracanã, nas oitavas de final da Copa do Brasil. O Palmeiras fez um jogo muito abaixo, com apenas duas finalizações em todo jogo, e o argentino também não foi bem.

"Foi meu primeiro jogo no Maracanã. Foi um jogo difícil, mas foi assim que eu comecei", relembrou.

O argentino terminou o ano de 2024 com apenas 12 jogos disputados e como última opção na lateral direita. Mayke e Marcos Rocha, nomes importantes da era Abel, e acabaram tirando o espaço do argentino.

Já neste início de temporada, Giay tem 16 jogos pelo Palmeiras (11 deles como titular) e se consolidou atuando pelo lado direito da defesa. Os experientes laterais conviveram com lesões, o que abriu espaço para o argentino.

A situação de Giay é um exemplo dentro do Palmeiras. Abel citou a situação do argentino para falar sobre Vitor Roque após o jogo contra o Vasco: "Para falar do Vitor Roque, tenho que falar do Giay. Uma das funções do treinador é ajudar o jogador a evoluir. Mesmo em momentos difíceis em sua travessia, o treinador tem que estar lá para ajudar, para deixá-los de fora, mas ao mesmo tempo para lhes dar carinho. E se é verdade que muitos torcedores amam o Palmeiras, outros não têm paciência nenhuma. Quero dizer que uma das coisas que esse clube tem e este treinador adora neste clube é paciência. Nós acreditamos no processo".

O argentino não se abalou com o momento que oscilou e perdeu espaço. Quem acompanha o dia a dia do defensor afirma que ele sempre se manteve muito alegre e empenhado nos treinos.

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Eu sou um cara assim, muito feliz. O tempo todo estou brincando com todo mundo, os companheiros, o pessoal do estafe. Acho que é isso, estar sempre ligado ao máximo, manter treinando sempre ao máximo e depois sempre vai aparecer uma oportunidade, e você tem que aproveitar Giay

Giay contou com a ajuda do irmão para se adaptar ao Brasil

O defensor morava em Buenos Aires com a família e se mudou para São Paulo apenas com o irmão. O apoio familiar facilitou as coisas no Brasil.

"Eu morava em Buenos Aires, é similar aqui. A cidade é muito grande, muita gente e a adaptação muda porque é outro idioma, a cultura. Meu irmão está aqui comigo, ele me ajuda muito. Foi muito importante para mim, porque você vem de outro país, tudo novo, mudou muitas coisas. Estar sozinho é uma coisa muito dura, né? Difícil afrontar, mas agora tô de boa, adaptado e contente", afirmou.

A cultura brasileira não foi problema para o argentino. Ele trocou o "asado" pelo "churrasco" e ainda conta com a ajuda de uma legião de gringos no Palmeiras para matar a saudade de casa.

"Eu gosto muito de pescar, ainda não fui aqui. O Rony me falava muito para ir, mas ficou pendente. Fazer asado, aqui falam churrasco, tomar mate com os amigos, é o que mais sinto falta, mas tudo bem, aqui tem muitos gringos e podemos fazer essas coisas", concluiu.

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Giay deve retornar ao time titular do Palmeiras no domingo, às 18h30 (de Brasília), contra o Red Bull Bragantino, no estádio Municipal Cícero de Souza Marques. O duelo é um confronto direto pela liderança do Brasileirão: o Alviverde lidera com 19 pontos, enquanto o Massa Bruta é o 3º com 17.

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