Ancelotti espanta o marasmo no ataque da seleção ao trocar totó por rodízio
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No anúncio da escalação, Ancelotti determinava a volta do esquema com quatro atacantes para seleção, deixando de lado os três meio-campistas. O histórico dos antecessores não era promissor. A diferença foi a mobilidade obtida pelo italiano, não vista antes.
Pode-se dizer que o Brasil evoluiu de um jogo de totó com seus atacantes postados fixamente para um rodízio.
Para quem ficou em dúvida, no anúncio da escalação, foi Matheus Cunha quem partia de uma posição de meia. Uma função que desenvolveu na Inglaterra.
De volta, Raphinha atuava pela direita, Martinelli pela esquerda, e Vinicius Jr era um centroavante. Verdade que o jogador do Real até já atuou nesta posição na seleção com Dorival Jr.
Mas foi comum ver o próprio Vinícius pela esquerda, dobrando as jogadas com Martinelli. E Raphinha às vezes recuava para buscar mais jogo, assim como Matheus Cunha penetrava na área.
Foi uma solução para furar o muro do Paraguai. Invicto há nove jogos até então, o Paraguai repetia sua formação com duas linhas de quatro. E os dois mais avançados Enciso e Sanabria marcavam fortíssimo, seja seja pressionando a defesa brasileira, seja recuando até atrás.
Neste cenário, o Brasil pressionava bastante o Paraguai girando rápido a bola de um lado pelo outro. Se não houve uma profusão de chances claras, é certo que a seleção tinha muita presença na área. Poderia ter feito o gol com Vini Jr, depois com Matheus e enfim saiu o gol com o jogador do Real Madrid.
Defensivamente, a seleção só passou algum aperto quando o Paraguai teve um jogo físico de ocupar o ataque, muito em cruzamentos. A melhor chance foi com Junior Alonso após cobrança lateral.
A atuação brasileira não foi constante e houve queda de rendimento no segundo tempo. Algo natural para um time com nova formação, com um técnico em sua segunda partida.
Quando o Paraguai avançou e adiantou a marcação, o Brasil teve chances de fazer o segundo gol no contra-ataque, talvez a melhor delas com Bruno Guimarães (em ótima atuação).
É justo dizer, no entanto, que Ancelotti apresentou novidades em sua estreia. Primeiro, o time com três meio-campistas diante do Equador em busca de solidez defensiva. Segundo, um ataque mais móvel. O que confirma sua fala ao chegar ao Brasil em que disse que adaptaria o esquema as condições.
É um início, e é também um alívio diante do marasmo de ideias que se vivia anteriormente.
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