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Amo a Janis Joplin e Carol Fazu me levou mais perto dela. Obrigado

Nessa fria sexta-feira, quando acordei pela manhã, eu já sabia que não seria um dia comum; iria ser emocionalmente muito forte para mim.

Não é segredo para ninguém o amor que tenho pela Janis Joplin desde a primeira vez que a ouvi cantando.

Me lembro bem porque foi muito impactante para mim. Eu já tinha ouvido Beatles e havia achado incrível, mas eu queria mais, uma coisa mais forte, uma energia mais espiritual. Foi isso que senti quando ouvi "Summertime" com a sua voz rouca e hipnotizante.

Pensei assim: "Meu Deus, é isso". E me identifiquei imediatamente com aquela força, com aquela energia, com aquela música e com aquela voz. Logo, a minha mente começou a montar uma imagem dessa mulher.

Isso aconteceu quando eu tinha 7 anos, em 1970, quando a maravilhosa seleção brasileira ganhava o tricampeonato, mas também no ano em que ela iria embora.

Fiquei com aquela imagem na minha cabeça até chegar aos cinemas do Brasil o festival de Woodstock e vi, pela primeira vez, como era fisicamente a Janis Joplin.

Foi um momento mágico porque ela era exatamente como a minha mente havia montado sua imagem, e só faltava vê-la para que ela dominasse meus sentimentos.

Janis Joplin na piscina do Copacabana Palace, de onde foi expulsa por nadar nua
Janis Joplin na piscina do Copacabana Palace, de onde foi expulsa por nadar nua Imagem: Arquivo/Agência O Globo

Daí em diante, fui demonstrando isso externamente. Foi difícil para a minha família, inicialmente, pelo histórico dela e pela forma que morreu.

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Não me interessava o que pensavam ou falavam para mim, porque a Janis nunca mais saiu da minha cabeça. Aos poucos, foram se acostumando e comecei a ganhar de presente quadros, discos e camisetas da Janis Joplin.

No ano de 1982, cheguei a ganhar um concurso na primeira rádio que tocava rock aqui em São Paulo, que era a rádio 97.7 de Santo André.

A pergunta era assim: "O primeiro ouvinte que ligar aqui na rádio e responder dia, mês e ano da morte da Janis Joplin ganhará uma camisa com a Janis estampada."

Bom, pensa que na época não havia celular e eu tive que ficar repetindo o número da rádio até chegar na casa de um amigo. Cheguei, entrei correndo, peguei o telefone, liguei e entrei no ar.

Falei meu nome e o cara ficou desconfiando, porque já existia a Democracia Corintiana; eu fazia gols todos os jogos, sendo o artilheiro do campeonato. Eu acertei, e ele falou assim: "Você tem uma semana para passar na rádio e pegar sua camiseta."

Respondi: "Onde é a rádio?" O cara respondeu e eu falei: "Estou indo aí." Fui com meu amigo e peguei minha camisa.

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Hoje em dia, tenho todos os discos dela, uma caixa psicodélica com todos os CDs e DVDs, além de quadros na minha parede.

Bom, semana passada, olhando a Internet, me deparei com o seguinte anúncio: "Dia 30 estreia o espetáculo Janis no teatro Safra, um musical incrível com a atriz e cantora Carol Fazu, serão só 6 datas."

Comprei na hora e fiquei na expectativa de como seria, e finalmente chegou o dia. Foi uma experiência incrível e viajante assistir a esse maravilhoso musical, com a Carol cantando de forma como se a própria Janis estivesse lá.

Uma banda espetacular; em muitos momentos, parecia que eu ficava em transe, como se estivesse assistindo a um show da própria Janis Joplin.

Me emocionei muito, porque a Carol me fez chegar o mais perto possível da Janis; pelo menos foi assim que me senti.

Fechava os olhos e ouvia a Carol cantar, e quando abria, num palco um pouco escuro, com aquele blues ou rock psicodélico, muito bem tocado pela banda, com a Carol se movimentando, eu via a Janis Joplin em flashes.

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Amei o espetáculo. Depois, fui conhecê-la e vi uma garota amável, doce, humilde e muito disponível para atender a gente.

Ela entende muito bem o que causa nas pessoas com esse espetáculo e acolhe todos que querem vê-la e tirar fotos, como eu, por exemplo.

Fui até ela e falei: "Carol, não vou te dar os parabéns, vou te agradecer pelo que você me proporcionou essa noite; foi uma sensação tão gostosa e forte que há muito não sentia."

Tirei uma foto e fui embora.

É um espetáculo imperdível para quem ama a Janis Joplin, a música, os anos 60, o movimento hippie, o blues, o rock psicodélico; tudo isso junto com a Carol Fazu e sua incrível banda.

Teatro Safra sexta, sábado e domingo, mas atenção: serão só 6 espetáculos.

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"Me And Bobby McGee" do Kris Kristofferson é uma das músicas cantadas pela Janis que mais gosto, e a Carol interpretou de uma forma única.

Muito obrigado, Carol Fazu.

Opinião

Texto em que o autor apresenta e defende suas ideias e opiniões, a partir da interpretação de fatos e dados.

** Este texto não reflete, necessariamente, a opinião do UOL.

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