Libertadores e Sula: cadê a soberania do futebol brasileiro no continente?
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Passamos os últimos anos discutindo se é definitivo o domínio brasileiro na Libertadores. Afinal, desde 2019 só nós vencemos a competição, com quatro dessas seis finais acontecendo entre dois times daqui. Só dá Brasil. O que a Conmebol vai fazer para nos parar?
É curioso pensar nesta lógica observando os últimos resultados da Libertadores e da Sul-Americana. À exceção de Palmeiras e São Paulo, não tem ninguém sobrando.
Nem o Flamengo, que ontem empatou com o Central Córdoba, permanecendo na terceira colocação de seu grupo. Mesma posição que o Botafogo ocupa, depois de vencer o Carabobo com um gol aos 45 minutos do segundo tempo. O Fortaleza até se recuperou depois de perder por 3 a 0 do Racing, em casa, e agora é vice do seu grupo. Bahia é líder por ora, mas tomou 3 a 1 de virada ontem do Nacional-URU, em Salvador. Mesmo clube que chegou a meter 3 a 0 no Internacional, no Beira-Rio.
Na Sula, o buraco é ainda mais embaixo, se considerarmos o nível dos adversários, tantos deles desconhecidos até de quem acompanha o futebol mais de perto. O Vitória conquistou apenas 3 pontos em 4 partidas. O Corinthians tem 5 pontos e é o terceiro de um grupo com Huracán (que derrotou o Timão em São Paulo), América de Cali e Racing-URU. O Grêmio ocupa a segunda posição, atrás do Godoy Cruz e à frente do Atlético Grau, com quem empatou em 0 a 0 nesta quarta, em um exibição ludopédica absolutamente pavorosa.
O Cruzeiro marcou ontem seu primeiro ponto e deu adeus à competição com duas rodadas de antecedência. Está atrás de Mushuc Runa, Palestino e Unión Santa Fe. Para ultrapassar o Once Caldas e se tornar líder, o Fluminense precisa vencer hoje o GV San José fora de casa. O Vasco, ah, o Vasco. Levou 4 a 1 do Puerto Cabello, tornando-se o primeiro brasileiro a sofrer quatro gols de uma equipe venezuelana. Com 5 pontos em 3 jogos, o Atlético-MG está empatado em pontos com o Caracas, à frente de Cienciano e Deportivo Iquique.
Mesmo contra times de meio de tabela de países fracos, não estamos voando. Ao contrário, estamos tomando sufoco de gente de quem você nunca ouviu falar.
O técnico Leonardo Jardim disse ontem que não quer voltar à Sul-Americana. "É uma experiência que o Cruzeiro não pode repetir, jogar nessa competição. Nós não queremos jogar essa competição no futuro, e acho que os cruzeirenses não querem jogar essa competição."
Não tenho dúvidas. Assim como imagino que não queiram, também, passar vergonha nessa competição.
Será que somos mesmo tão bons assim? Ou só alguns de nós estão verdadeiramente acima da média e a maioria é mediana mesmo, quando não medíocre?
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